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Filme

Gafe e alusões a Trump marcam Oscar 2017

27 de fevereiro de 2017

Empresa responsável por envelopes da premiação se desculpa por confusão durante anúncio do vencedor de troféu de melhor filme. Presidente americano foi assunto recorrente, motivando piadas e protestos durante cerimônia.

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Ator Warren Beatty (centro) recebe cartão correto após troca de envelopes
Ator Warren Beatty (centro) recebe cartão correto após troca de envelopesFoto: Reuters/L. Nicholson

"Não é piada. 'Moonlight' ganhou como melhor filme"

Uma gafe histórica e a política do presidente americano, Donald Trump foram os principais destaques da noite de entrega do Oscar, na noite de domingo. Nesta segunda-feira (27/02), a empresa de consultoria PricewaterhouseCoopers, responsável pelos envelopes com os premiados, divulgou uma nota se desculpando pela confusão, em que o prêmio de melhor filme foi anunciado, por engano, como sendo La la land: Cantando estações. O vencedor verdadeiro foi Moonlight: Sob a luz do luar.

"Nós, sinceramente, nos desculpamos a Moonlight, La la land, Warren Beatty, Faye Dunaway e ao público do Oscar pelo erro que foi feito durante o anúncio de melhor filme", afirmou a PricewaterhouseCoopers, em nota publicada no Twitter. "Os apresentadores receberam, erroneamente, os envelopes da categoria errada", acrescentou.

A euforia foi breve para a equipe de La la land, que por alguns segundos era coroada como o grande destaque do Oscar. "Houve um erro. Moonlight, vocês ganharam como melhor filme. Não é uma brincadeira: Moonlight é o vencedor", repetiu o produtor do musical, Jordan Horowitz, diante de uma plateia incrédula.

No clímax da noite, Warren Beatty e Faye Dunaway, os protagonistas veteranos de Bonnie e Clyde, subiram ao palco para anunciar o prêmio de melhor filme. Mas quando Beatty abriu o envelope, deu para ver na expressão do ator que algo não se encaixava. Com dúvida, ele mostrou o envelope a Faye Dunaway, que leu alto e em bom som: "La la land".

As dúvidas de Beatty tinham sentido: o envelope que lhe havia sido entregue era o do prêmio de melhor atriz, recebido pela estrela de La la land, Emma Stone. "Por isso que dei uma olhada tão longa para Faye", disse o ator quase octogenário. "Eu não estava tentando ser divertido, com certeza", completou. Já Dunaway evitou comentar o embaraçoso incidente.

Política de Trump foi "coadjuvante"

Já nos bastidores, Emma Stone disse que não entendia como algo assim podia acontecer, pois ela tinha ficado com o envelope, dado pelo colega Leonardo DiCaprio depois de anunciar seu Oscar. A Academia não chegou a explicar por que havia dois envelopes idênticos.

Produtor de "La la land" Jordon Horowitz mostra o cartão certo
Produtor de "La la land" Jordon Horowitz mostra o cartão certo, dando Oscar de melhor filme a "Moonlight"Foto: Reuters/L. Nicholson

O cineasta Michael Moore comparou a confusão com eleição de Trump, afirmando no Twitter, em tom de brincadeira, que a candidata democrata Hillary Clinton ganhou a eleição presidencial dos EUA. Nas mídias sociais, internautas fizeram piada, dizendo que o presidente americano deve ter chegado à Casa Branca também através de erro similar.

O nome de Donald Trump foi raramente mencionado durante a cerimônia do Oscar, mas a política do presidente dos EUA atuou como coadjuvante do evento.

Foi o anfitrião da noite Jimmy Kimmel que disparou o primeiro petardo em seu discurso de abertura. "Quero dizer obrigado ao presidente Trump. Lembram-se do ano passado, quando parecia que o Oscar era racista?", ironizou Kimmel.

Repetidas vezes, ele fez piada com o comentário do presidente no Twitter sobre Meryl Streep em janeiro, quando Trump a chamou de "uma das mais superestimadas atrizes de Hollywood."

"Meryl Streep atuou em mais de 50 filmes ao longo de sua carreira sem brilho", disse Kimmel. "Por favor, juntem-se a mim para dar a Meryl Streep uma rodada totalmente imerecida de aplausos."

Manifestações políticas

Vários discursos celebraram o internacionalismo e a ameaça que as políticas de Trump significam. Alessandro Bertolazzi, um dos ganhadores do Oscar de melhor maquiagem pelo filme Esquadrão Suicida, dedicou seu prêmio a "todos os imigrantes".

Asghar Farhadi, o diretor iraniano de O apartamento, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, enviou um discurso explicando que ele não compareceu à cerimônia em protesto pelo decreto do presidente proibindo temporariamente a entrada nos EUA de cidadãos de sete países de maioria muçulmana. "Minha ausência é por respeito às pessoas do meu país e de outras de seis nações, que foram desrespeitadas pela lei desumana que proíbe a entrada de imigrantes nos EUA", afirmou.

O ator mexicano Gael Garcia Bernal, que apresentou o Oscar de melhor filme de animação, citou o plano de Trump para construir um muro entre EUA e México. "Como mexicano, como latino-americano, como trabalhador migrante, como um ser humano, eu sou contra qualquer forma de muro que queira nos separar", disse.

MD/efe/dpa/afp