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Gilberto Gil abre Copa da Cultura em Berlim

Mariana Ribeiro25 de maio de 2006

Ministro fala da importância do evento para divulgar o panorama contemporâneo da cultura brasileira e afirma que os clichês devem ser vistos como a porta de entrada do país no exterior.

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Segundo Gil, evento mostra um país diverso, plural e cheio de manifestaçõesFoto: AP

A Copa da Cultura foi aberta oficialmente nesta quarta-feira (24/05) na Casa das Culturas do Mundo, às margens do Rio Spree, em Berlim, com a presença do ministro da Cultura, Gilberto Gil.

O evento, iniciado em janeiro com a exposição Fotografia Brasileira Contemporânea, conta com uma série de atividades que visam divulgar a cultura brasileira na Alemanha, como concertos musicais, exposições de arte e design, trabalhos de DJs, mostras de cinema, espetáculos de dança e teatro, conferências, lançamento de livros, debates e palestras de intelectuais e literatos.

De 25 de maio a 9 de julho (dia da final da Copa do Mundo, em Berlim), o Brasil será tema da programação da Casa das Culturas do Mundo, com atividades que retratam sua produção cultural contemporânea. A programação total abrange, entretanto, eventos em mais de 20 cidades alemães ao longo do ano.

Atrair olhares

Brasiliens Fußballstar Pele, links mit dem brasilianischem Kulturminister Gilberto Gil in Leipzig
'Ganhar ou perder' faz parte do jogo, diz canção de GilFoto: AP

Gil disse considerar a Copa da Cultura uma boa ocasião para voltar os olhares ansiosos por futebol também à cultura brasileira. "Vamos complementar o momento de mobilização em torno da bola com 250 eventos que são outros jogos: jogos de linguagem, de expressão, do cinema, da música, da pintura, associados ao futebol", afirmou. Ele convidou os presentes a comparecerem à exposição Os Onze, de artistas plásticos brasileiros cujas obras têm o futebol como tema.

O ministro, que não estará na Alemanha durante a Copa, mas voltará ao país para assistir à final, disse não estar preocupado com o desempenho da seleção brasileira. A canção que escreveu para o mundial – Balé de Berlim – fala de "ganhar e perder", como deve ser em qualquer jogo.

Clichês

Ao ser perguntado sobre o papel do evento na desconstrução de clichês sobre o Brasil, Gil afirmou que "os clichês não precisam ser derrubados, eles são base da nossa presença no mundo, são o primeiro atrativo. Não precisamos destruir nada que a história construiu para nós". Mas o discurso muda de rumo quando o ministro fala da importância de mostrar um "país diverso, plural, cheio de manifestações" que vá muito além do trinômio samba-caipirinha-futebol.

Nesse sentido, a Copa da Cultura traz também produções folclóricas e de raiz, como o samba de roda do Recôncavo Baiano, com a Mãe Nicinha. São, em sua maioria, artistas desconhecidos na cena artística do Brasil e negligenciados pelos meios de difusão de massa brasileiros.

O Brasil para o mundo

Levar o país e sua cultura para além de suas fronteiras físicas é um desafio e um objetivo para o ministério da Cultura, destacou Gil. Posicionar o Brasil como global player, como um ator do cenário mundial é de extrema importância, segundo o ministro, que afirmou que a cultura é o maior de todos os produtos de exportação de um país e cita os Estados Unidos como exemplo: "a cultura é o primeiro produto que eles exportam, mesmo antes da Coca-Cola".

Gilberto Gil fará show nesta quinta-feira (25/05), às 20h, na Casa das Culturas do Mundo, em Berlim.