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Governo alemão condena morte de ativista LGBT em Honduras

11 de julho de 2019

Defensora dos direitos de transexuais, Bessy Ferrera trabalhava para associação hondurenha parceira de organizações alemãs. Berlim rechaça série de crimes contra ativistas e a comunidade LGBTI+ no país centro-americano.

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Bandeira do movimento LGBTI+
Foto: picture alliance / AFP Creative

O governo da Alemanha condenou nesta quinta-feira (11/07) o assassinato da transexual hondurenha e ativista dos direitos LGBTI+ Bessy Ferrera. Ela foi morta a tiros no último domingo no país centro-americano, num crime ainda sem solução.

Ferrera era membro da associação Arcoiris, que apoia vítimas de violência contra LGBTI+ em Honduras, cria campanhas de conscientização dos direitos de transexuais e transgêneros e promove programas de prevenção do HIV.

O trabalho do grupo hondurenho, que exerce pressão constante para que o governo local faça avançar leis que protejam a comunidade no país, é acompanhado por organizações alemãs parceiras, com o apoio do Ministério do Exterior da Alemanha.

"Fiquei chocada em saber que a ativista dos direitos LGBTI+ Bessy Ferrera foi assassinada em Comayagüela", afirmou  a comissária para Políticas de Direitos Humanos e Ajuda Humanitária do Ministério do Exterior alemão, Bärbel Kofler.

"Peço às autoridades de segurança hondurenhas que esclareçam os fatos o mais rápido possível e punam os culpados", acrescentou a alemã. "O crime é ainda mais grave porque Ferrera já foi alvo de tentativas de assassinato no passado."

Kofler fez ainda "um forte apelo ao governo para uma melhora geral da proteção aos ativistas dos direitos humanos, em particular às pessoas LGTBI+ e outras em condição vulnerável em Honduras".

A comissária ressaltou que "cada vez mais em Honduras ocorrem atos de violência contra jornalistas e ativistas dos direitos humanos", lembrando também que 11 membros da comunidade LGTBI+ foram mortos no país centro-americano em 2019.

Segundo a ONG Frontline Defenders, Ferrera trabalhava nas ruas de Comayagüela, próximo à capital hondurenha, Tegucigalpa, em 7 de julho, quando dois estranhos se aproximaram em um veículo e atiraram diversas vezes contra ela. A ativista morreu na hora.

Uma colega de Ferrera ficou ferida durante o ataque e foi encaminhada a um hospital, onde está recebendo tratamento. Dois homens foram presos suspeitos de ligação com o crime.

"Essa não é a primeira vez que ocorre um ataque contra transgêneros em Honduras, onde a comunidade LGBTI+ é frequentemente alvo de uma série de atos cruéis e intimidadores", afirmou a Frontline Defenders em nota. "Além disso, as autoridades não levam a sério as ameaças anteriores e as tentativas de assassinato contra membros da Arcoiris, o que envia uma mensagem de impunidade aos culpados."

Outros grupos de direitos humanos também condenaram o crime. "Que perda devastadora. A defensora hondurenha dos direitos trans Bessy Ferrera trabalhava com a Arcoiris para tentar pôr um fim à violência e discriminação que levou a seu próprio assassinato. Quando a violência contra mulheres trans e profissionais do sexo vai acabar?", escreveu no Twitter o movimento feminista internacional JASS.

RC/ots

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