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Governo prevê queda de 4,7% no PIB em 2020

13 de maio de 2020

Se a nova projeção se confirmar, economia brasileira sofrerá a maior retração da história em meio aos impactos da pandemia. Cada semana de isolamento gera perda de R$ 20 bilhões no PIB, estima Ministério da Economia.

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Fábrica em Rio Verde, Goiás
FMI e Banco Mundial projetam queda de 5,3% e 5% no PIB brasileiro em 2020, respectivamenteFoto: Reuters/N. Doce

O governo federal revisou nesta quarta-feira (13/05) a estimativa oficial para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, projetando agora uma queda de 4,7%, em meio aos efeitos da pandemia de covid-19. A previsão anterior, já sob os efeitos da pandemia, era de alta de 0,02% na economia neste ano.

Se a nova previsão se confirmar, será a maior retração desde 1962, quando teve início a série histórica disponibilizada pelo Banco Central. A retração seria maior até do que a de 1990, a pior da série, quando o PIB brasileiro teve queda de 4,35%. O segundo maior recuo foi em 1981, com 4,25%.

A revisão, divulgada pelo Ministério da Economia por meio do relatório de receitas e despesas do Orçamento de 2020, foi impulsionada pela "paralisação das atividades, deterioração do emprego e a piora no cenário internacional" em meio à pandemia, afirma o documento.

"Provavelmente, a retração do PIB neste ano será a maior de nossa história. Não obstante, é fato que o efeito dessa doença aflige a grande maioria dos países. Conforme as projeções dos analistas econômicos, a queda na atividade será uma das maiores para muitos países desenvolvidos e emergentes no período pós-guerra", acrescenta o relatório.

Segundo o governo, para cada semana de isolamento social e paralisação da produção devido ao coronavírus, o PIB brasileiro terá perda imediata de 20 bilhões de reais. E esse número pode ser ainda maior se as medidas de contenção forem prolongadas para além de 31 de maio, diz o texto.

"Quanto mais tempo permanecermos em regime de isolamento social maior será a perda de arrecadação das empresas e, logo maior o seu endividamento, promovendo um número crescente de falências e destruição de postos de trabalho", alerta a pasta comandada por Paulo Guedes.

Em janeiro, o governo federal previa um crescimento de 2,4% do PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Em março, no início da crise gerada pelo novo coronavírus, a previsão de crescimento foi revisada para 0,02%.

Para 2021, o governo prevê que o PIB cresça 3,2%, ante a previsão anterior de 3,3%. Em 2022, a expectativa é de expansão de 2,6% e, em 2023 e 2024, 2,5% em cada ano.

Nesta quarta-feira, o Ministério da Economia também revisou a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no país, de 3,12% para 1,77% em 2020. Para 2021, a projeção agora é de 3,3%.

Em abril, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) já haviam divulgado projeções nada animadoras para o PIB brasileiro, prevendo, respectivamente, uma retração de 5% e de 5,3% em 2020. Para 2021, o Banco Mundial projeta um crescimento de 1,5% na economia do Brasil, enquanto o FMI estima uma alta de 2,9%.

O país já vinha acumulando resultados ruins mesmo antes da crise do coronavírus. O PIB brasileiro cresceu somente 1,1% em 2019, alcançando 7,3 trilhões de reais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O percentual, divulgado no início de março, foi bem distante do que economistas esperavam na primeira semana de janeiro de 2019, quando a estimativa no boletim Focus do Banco Central era de 2,53%. O "pibinho" do ano passado veio após altas de 1,3% em 2018 e 2017, e recuos de 3,3% em 2016 e 3,5% em 2015.

EK/abr/ots/dw

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