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Governos rivais da Líbia chegam a acordo de cessar-fogo

25 de julho de 2017

Em encontro na França mediado por Macron, líderes de Trípoli e Tobruk concordam com trégua na região imersa em guerra civil, e se comprometem a convocar eleições em breve. Presidente francês saúda "coragem histórica".

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Frankreich Macron nimmt Friedensgespräche für Libyen auf
Macron entre o chefe de governo da União Nacional líbia, Fayez al-Sarraj, e o general Khalifa Haftar, que controla o lesteFoto: Reuters/P. Wojazer

Reunidos na França para negociações de paz, os líderes dos dois governos rivais da Líbia chegaram nesta terça-feira (25/07) a um acordo de cessar-fogo na região, imersa há anos numa guerra civil, e também se comprometeram com a realização de eleições antecipadas no país norte-africano.

O chefe de governo da União Nacional líbia, Fayez al-Sarraj, e o general Khalifa Haftar, que controla o governo do leste, se reuniram numa propriedade do Ministério do Exterior francês nos arredores de Paris, para conversas que foram mediadas pelo presidente francês, Emmanuel Macron, com a presença do enviado especial das Nações Unidas para a Líbia, Ghassan Salamé.

A Líbia está dividida desde 2014. Enquanto o governo de Sarraj, com sede em Trípoli, conta com o reconhecimento da comunidade internacional, o de Haftar é apoiado por islamistas e está sediado em Tobruk, com domínio de cerca de 60% do território líbio e importantes recursos petrolíferos.

O encontro desta segunda-feira foi concluído com a emissão de uma declaração conjunta contendo dez pontos acordados entre os líderes. Além da convocação de eleições "o mais rápido possível", eles se comprometeram em estabelecer um roteiro para a retomada da ordem no território líbio.

A solução da crise no país "só pode ser política", concordaram ambos os líderes, num texto que reconhece a validade de um acordo mediado pela ONU e assinado no Marrocos, que prevê a formação de um governo de unidade nacional, pondo fim aos dois governos líbios rivais.

Após a reunião, Sarraj e Haftar se uniram a Macron para uma coletiva de imprensa, mas o único a se pronunciar diante dos repórteres foi o presidente francês. Ele exaltou a "coragem histórica" dos líderes líbios e afirmou que um processo eleitoral deve ser realizado no primeiro semestre de 2018.

"A partir de hoje, o primeiro-ministro Sarraj e o general Haftar podem se tornar símbolos da unidade nacional e do compromisso com a reconciliação e a paz", declarou Macron. "Há legitimidade política nas mãos de Sarraj, e há legitimidade militar nas mãos de Haftar. Eles decidiram trabalhar juntos."

O líder francês ainda destacou que "o que está em jogo" nas conversações é de "imensa" relevância não só para o povo líbio e para a região norte-africana como um todo, mas também para países da Europa, uma vez que influencia questões como o fluxo migratório.

O acordo representa um importante passo para a estabilização da Líbia, vítima do caos e da guerra civil desde que rebeldes apoiados pela Otan conseguiram, em 2011, derrubar o ditador Muammar Kadafi, no poder desde 1969.

Os dois líderes, que disputam o controle do país com o apoio de várias milícias, se reuniram pela primeira vez em 2 de maio passado em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, num encontro que terminou sem um acordo entre as partes.

EK/afp/ap/dpa/efe/lusa