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Grécia urgente

3 de março de 2010

Plano de austeridade contém aumentos tributários e congelamento de aposentadorias. Assim como a Comissão Europeia, governo alemão saúda pacote, mas volta a excluir ajuda financeira à Grécia.

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Crise orçamentária na GréciaFoto: picture-alliance / Bildagentur Huber/AP/Montage DW

O governo grego anunciou nesta quarta-feira (3/03) um pacote de medidas para levantar fundos de 4,8 bilhões de euros e salvar o país da falência. "Elas são necessárias para garantir a sobrevivência de nosso país e nossa economia, e para a Grécia escapar do redemoinho dos especuladores", disse o primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, nesta quarta-feira, após uma reunião de emergência com seu gabinete de governo. Ele acrescentou esperar a "solidariedade europeia" na implementação do plano.

O porta-voz do governo, Giorgos Petalotis, informou que o aumento do imposto sobre valor agregado para 21% e da taxação de álcool, tabaco, veículos de luxo, iates, produtos de couro, pedras preciosas trarão 2,4 bilhões de euros aos cofres públicos.

Outros 2,4 bilhões de euros deverão ser economizados com cortes de 30% nos abonos de Natal e de férias dos funcionários públicos, o congelamento das aposentadorias e cortes nos programas de bolsas acadêmicas.

Perigo de insolvência da Grécia

Griechenland Finanzkrise Ministerpräsident George Papandreou Presse
Premiê grego, Giorgos PapandreouFoto: AP

Fontes próximas do governo disseram que Papandreou se reservou explicitamente o direito de solicitar ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para o resgate das finanças de seu país. O FMI já está auxiliando Atenas, mas a União Europeia (UE) tem reservas quanto a esse plano de recuperação.

As decisões anunciadas hoje resultam de intensa pressão da UE, para que a Grécia reduza em pelo menos quatro pontos percentuais seu déficit orçamentário de 12,7% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano. Há várias semanas, a moeda comum europeia está sob pressão porque se teme a insolvência da Grécia, cuja dívida total em 2010 deve atingir 120% do PIB.

Barroso e Merkel elogiam pacote

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, elogiou o pacote de austeridade grego. O "ambicioso programa" para reduzir o déficit estatal está encaminhado, disse o português em Bruxelas.

20.06.2008 DW-TV Journal Interview Juncker
Juncker, porta-voz do grupo do euroFoto: DW-TV

Como porta-voz dos países de moeda comum, o primeiro-ministro luxemburguês, Jean-Claude Juncker, afirmou que os governos do bloco estão preparados para, se necessário, "agir de forma decisiva e coordenada para garantir a estabilidade financeira da zona do euro como um todo".

Também a chanceler federal alemã, Angela Merkel, considera as medidas "um passo certo" para que a Grécia reconquiste a confiança dos mercados e o euro volte a se fortalecer. Segundo ela, não há alternativas aos planos de contenção de custos. Ela adiantou ainda que medidas de ajuda à Grécia não farão parte da agenda de seu encontro com o premiê Giorgos Papandreou na próxima sexta-feira.

A falta de promessas concretas de ajuda à Grécia voltou a pesar sobre o euro nesta quarta-feira. O valor da moeda comum caiu meio centavo de euro após a afirmativa de Merkel de que a Alemanha não pretende prestar ajuda a Atenas. "A afirmação de Merkel de não fazer quaisquer promessas específicas de ajuda foi claramente responsável por esta queda", disse um corretor.

Segundo ele, o anúncio das medidas de contenção de gastos em Atenas, pouco antes da afirmação de Merkel, havia causado uma valorização do euro para 1,3665 de dólar.

"Estado de guerra" contra a dívida

Na noite de terça-feira, Papandreou havia advertido que seria "pior do que uma catástrofe" se, por causa das altas dívidas, os mercados financeiros não concedessem empréstimos ao seu país sob as mesmas condições que outras nações europeias. Por isso, a Grécia se encontraria "em estado de guerra" e estaria lutando "pela sobrevivência nacional".

Depois de informar Angela Merkel em Berlim sobre o plano de austeridade na sexta-feira, Papandreou prosseguirá viagem a Paris e Washington.

RE/ap/rtrs

Revisão: Simone Lopes