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Grafite gigante aos pés da Torre Eiffel

Marina Strauss
3 de julho de 2019

Uma corrente de mãos dadas com 600 metros de comprimento - e pintada com material orgânico - cobre o Champs de Mars, na capital francesa. "Beyond walls", além dos muros, é o nome do projeto de Land Art assinado por Saype.

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Mãos entrelaçadas aos pés de um dos pontos turísticos mais visitados do mundo. O projeto ‘Beyond Walls’ – ‘Além dos muros’ reforça a mensagem de que juntos, quase sempre, se chega mais longe do que sozinho. “Existe uma parte da sociedade que quer ficar isolada. Mas nós acreditamos que precisamos agir juntos para enfre ntar os diferentes desafios da vida. Essa é a mensagem que queremos enviar ao mundo com este projeto: a de pessoas unidas com as mãos entrelaçadas, como símbolo de união e convivência”, explica Saype, que assina a obra.

Foram oito dias de trabalho intenso. Uma corrida contra o tempo para deixar tudo pronto para o Dia Mundial do Refugiado, celebrado em 20 de junho. Além disso, o artista teve que lidar com a instabilidade do clima, já que a tinta não adere tão bem à grama molhada: "meu princípio é alterar a natureza o mínimo possível. Por isso uso apenas materiais naturais: cal para o branco, carvão para o preto... e uma goma feita de proteína do leite para dar liga. Apenas produtos naturais. Acho que assim, meu trabalho não é contraditório. Quero alcançar as pessoas sem prejudicar a natureza", comenta.

O artista faz imagens em grande formato sobre a paisagem desde 2013 – a maior parte na Europa e América do Sul. Os temas centrais são quase sempre a efemeridade e o clima. Com o projeto "Além dos muros", Saype defende a ideia de menos muros no mundo, tanto físicos quanto metafóricos. Um dos objetivos de Saype é chamar a atenção para o trabalho da SOS Méditerranée, uma organização humanitária que resgata pessoas no Mar Mediterrâneo.

A pintura das mãos têm 25 metros de largura e 600 de comprimento, quase o dobro da altura da Torre Eiffel. E Paris é apenas o pontapé inicial de um projeto maior. Nos próximos 3 anos, o artista quer espalhar esta ‘corrente humana’ por 20 cidades de várias partes do mundo.