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Graziano

27 de junho de 2011

Alto preço dos alimentos vai durar vários anos e causar problemas principalmente às nações pobres que necessitam importá-los, afirma o futuro diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva.

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José Graziano defendeu biocombustível brasileiroFoto: graziano da silva

O próximo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, apontou nesta segunda-feira (27/06) o elevado preço dos alimentos como um dos principais problemas a serem combatidos durante o seu mandato.

Numa entrevista à imprensa em Roma, um dia após ter sido eleito para o cargo, Graziano considerou que o preço das commodities agrícolas deverá permanecer alto nos próximos anos, causando problemas às nações importadoras.

"Este não é um desequilíbrio temporário (...) Enquanto não alcançarmos uma situação financeira mundial mais estável, os preços das commodities vão refletir isso", afirmou Graziano aos jornalistas.

O ex-ministro brasileiro destacou que a volatilidade nos preços das commodities agrícolas é o "pior aumento" que está ocorrendo nos mercados financeiros e manifestou o desejo de aumentar a ajuda da FAO às nações pobres que necessitam importar alimentos.

Defesa do biocombustível brasileiro

Responsável pelo programa Fome Zero, lançado durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Graziano considerou que a biotecnologia é uma ciência importante, que não deve ser deixada de lado. No entanto, ele condenou o uso que tem sido feito dela até agora, por parte das multinacionais que possuem o monopólio sobre alguns tipos de sementes.

O novo diretor, que toma posse em janeiro de 2012, defendeu o biocombustível brasileiro ao compará-lo com o fabricado em outros países, a partir de grãos que fazem parte da alimentação diária básica, como o milho. "A cana de açúcar produzida, por exemplo, no Brasil para o etanol não entra em competição com a produção de grãos e não tem impactos ambientais", declarou.

Graziano foi eleito com 92 votos dos 180 votantes numa grande disputa com o ex-ministro espanhol do Exterior, Miguel Angel Moratinos, que recebeu 88 votos. A vitória do brasileiro ocorreu com o apoio principalmente dos países emergentes e do grupo G77, conhecido como países não alinhados, enquanto Moratinos obteve apoio dos países europeus.

A presidente da República, Dilma Rousseff, que já havia felicitado o candidato brasileiro pela sua eleição numa nota oficial emitida no domingo, voltou a afirmar nesta segunda-feira que o governo brasileiro dará todo o apoio ao mandato de Graziano à frente da FAO. Segundo Dilma, o triunfo de Graziano representa o reconhecimento das Nações Unidas à contribuição do Brasil na luta contra a fome.

AS/lusa/rtr/dpa
Revisão: Carlos Albuquerque