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Grupo de Lima pede que militares venezuelanos apoiem Guaidó

5 de fevereiro de 2019

Em declaração, 11 países das Américas reiteram reconhecimento de opositor com presidente interino da Venezuela e solicitam que Forças Armadas do país ajudem a promover a transição de governo pacífica.

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Juan Guaidó
Guaidó se autodeclarou presidente interino da Venezuela em 23 de janeiroFoto: Getty Images/AFP/J. Barreto

Os países que integram o Grupo de Lima pediram nesta segunda-feira (04/02) que as Forças Armadas da Venezuela apoiem o líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino para uma transição de governo pacífica no país.

"Pedimos às Forças Armadas da Venezuela para que manifestem sua lealdade ao presidente interino. Também pedimos que não impeçam a entrada e o trânsito de ajuda humanitária aos venezuelanos", destacou uma declaração assinada por 11 dos 14 países que formam o grupo – sendo 13 latino-americanos e o Canadá.

A declaração foi divulgada após uma reunião de emergência de ministros do Exterior do grupo, em Ottawa, para tratar da crise política no país sul-americano. Guaidó se autodeclarou presidente interino da Venezuela em 23 de janeiro, recebendo amplo apoio internacional. O opositor, no entanto, tem pouco controle sobre as instituições do Estado e o aparato governamental.

No documento, os ministros reiteraram seu reconhecimento e apoio a Guaidó e pediram o restabelecimento da democracia na Venezuela por meio de eleições. Os países condenaram também as violações de direitos humanos cometidas pelas forças de segurança venezuelanas.

A aliança pediu ainda que a comunidade internacional evite que "o regime de [Nicolás] Maduro realize transações financeiras e comerciais no exterior, tenha acesso aos seus ativos internacionais e possa fazer negócios tanto em petróleo como em ouro".

O documento foi assinado por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai e Peru. O México não teve representante na reunião.

Na reunião, o grupo não abordou, no entanto, a possibilidade de uma intervenção militar na Venezuela, de acordo com as declarações do ministro do Reino Unido para a Europa e a América, Alan Duncan, que participou do encontro.

Pouco antes da reunião, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou que destinará 53 milhões de dólares canadenses (aproximadamente 39 milhões de dólares) para ajuda humanitária aos venezuelanos.

Trudeau disse que essa assistência será destinada a "cobrir as necessidades básicas dos mais afetados, incluindo imigrantes e refugiados". Dessa quantia, cerca 13,3 milhões de dólares serão repassados a "governos afetados pela migração, para que possam absorver a carga de proporcionar serviços à crescente população".

O restante desta soma irá para refugiados venezuelanos no Peru, para promover o acesso de migrantes venezuelanos ao mercado de trabalho, para a educação de meninas na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, e para organizações humanitárias.

A reunião do Grupo de Lima ocorreu no mesmo dia em que diversos países europeus reconheceram Guaidó como presidente interino do país. O reconhecimento ocorreu após Maduro se recusar a convocar novas eleições.

O Grupo de Lima foi criado em 2017 por iniciativa do governo do Peru para denunciar a ruptura da ordem democrática na Venezuela, na ocasião da criação da polêmica Assembleia Constituinte e de uma onda de violentas manifestações que causaram dezenas de mortes.

CN/dpa/efe/afp/rtr

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