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Nota máxima

12 de abril de 2010

Em relatório anual, Centro Wiesenthal, de direitos humanos, reconhece novo rigor da Alemanha com criminosos da 2ª Guerra, ressaltando casos Demjanjuk e Boere. Lista negativa inclui Hungria, Ucrânia, Estônia e Canadá.

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Alemanha enfrenta criminosos da 2ª Guerra com novo rigorFoto: picture alliance/dpa
I Have Never Forgotten You
Simon Wiesenthal (d) conversa com o Dalai Lama

O Centro Simon Wiesenthal, que se dedica a preservar a memória do Holocausto, reconheceu os esforços redobrados da Alemanha em justiçar antigos nazistas. Pela primeira vez, a organização, que se define como grupo judaico de direitos humanos, concedeu ao país o predicado máximo em seu relatório anual. O documento aborda o atual estado da persecução internacional de criminosos da Segunda Guerra Mundial.

Conforme declarou à Deutsche Welle o diretor do centro, Efraim Zuroff, "na Alemanha houve uma mudança monumental e altamente significativa na política de persecução desses crimes". "As autoridades e juízes alemães estão adotando uma atitude mais proativa ao investigar e processar criminosos de guerra nazistas, por isso estamos orgulhosos de conceder a Berlim nossa mais alta distinção."

Demjanjuk e Boere

Prozess John Demjanjuk Montag 30.11.2009
Defesa alega que saúde de Demjanjuk não lhe permite responder por seus crimesFoto: AP

Zuroff ressaltou a disposição do país em também perseguir "não-alemães e volksdeutsche (alemães do ponto de vista étnico), o que não ocorrera durante décadas". Louvável é também a decisão de levar a juízo não apenas oficiais militares.

Para ilustrar essa mudança de política, o diretor do Centro Wiesenthal destacou dois exemplos. O primeiro é o processo, atualmente em andamento, contra John Demjanjuk. O ucraniano de 89 anos é acusado de cumplicidade no assassinato de quase 28 mil judeus durante seu tempo como guarda do campo de extermínio de Sobibor, na Polônia ocupada.

Em segundo lugar, Zuroff mencionou a condenação de Heinrich Boere. O ex-oficial da tropa SS foi sentenciado em março último à prisão perpétua por assassinar três holandeses durante a Segunda Guerra Mundial.

Lista negativa

Spur des flüchtigen KZ-Arztes Heim führt nach Spanien
Efraim Zuroff – com uma foto do nazista Aribert Heim – prossegue o trabalho de WiesenthalFoto: dpa - Bildfunk

A Alemanha e os Estados Unidos foram os únicos países a merecer o predicado "A" do Centro Simon Wiesenthal. Por outro lado, foram criticadas várias nações "cujos esforços (ou ausência dos mesmos) resultaram em fracasso total no período em questão". A lista negativa inclui Estônia, Lituânia, Ucrânia, Austrália, Canadá e Hungria.

Segundo Zuroff, não há nesses países qualquer obstáculo legal à persecução de presumíveis criminosos nazistas, mas sim uma "falta generalizada de vontade política" para levar suspeitos idosos à Justiça.

O relatório aponta o caso de Sándor Kepiro como o mais decepcionante. Apesar de localizado em Budapeste pelo Centro Wiesenthal – e condenado na Hungria por ajudar a organizar, em 1942, o assassinato de pelo menos 1.200 civis na Sérvia –, Kepiro jamais foi punido.

Autor: Gabriel Borrud (av)
Revisão: Roselaine Wandscheer