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Hackers atacam campanha de Macron

6 de maio de 2017

Equipe de candidato centrista confirma ter sido alvo de ataques cibernéticos, mas destaca que entre dados divulgados há documentos falsos. Vazamento ocorre às vésperas do segundo turno das eleições.

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Equipe de Macron disse que vazamento visa desestabilizar a eleição
Equipe de Macron disse que vazamento visa desestabilizar a eleiçãoFoto: Getty Images/AFP/L. Bonaventure

Às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais na França, diversos supostos e-mails e documentos da campanha de Emmanuel Macron foram divulgados na internet nesta sexta-feira (05/05). Após a publicação dos dados, a equipe do candidato centrista confirmou que foi alvo de ataques cibernéticos.

Cerca de nove gigabytes de dados foram postados por um usuário identificado como EMLEAKS no Pastebin, um site que permite o compartilhamento de documento no anonimato. Ainda não se sabe quem está por trás da publicação. Os dados foram divulgados poucas horas antes do fim oficial da campanha eleitoral.

Após a publicação dos dados, a equipe de Macron afirmou que diversos e-mails e documentos financeiros de sua campanha foram hackeados há algumas semanas e estariam agora circulando nas redes sociais junto com outros documentos que seriam falsos.

"O movimento En Marche! foi vítima de um ataque cibernético em massa e coordenado que originou a difusão nas redes socais de diversas informações internas", afirmou a campanha, num comunicado.

O comunicado diz ainda que os documentos hackeados mostram apenas movimentações normais de uma campanha presidencial, mas teriam sido misturados com documentos falsos para semear dúvidas e desinformação. 

"Não vamos tolerar a destruição dos interesses vitais da democracia", afirmou o documento, acrescentando que o vazamento visa desestabilizar a eleição de domingo, "assim como ocorreu na eleição americana".

Uma investigação da CIA (a agência de inteligência americana) revelou que, durante as eleições presidenciais americanas, hackers russos invadiram computadores de democratas e republicanos, mas repassaram ao Wikileaks apenas as informações da campanha de Hillary Clinton. Moscou nega ter envolvimento nos ataques.

Após o anúncio do vazamento, a comissão eleitoral francesa pediu que o conteúdo não seja disseminado com o objetivo de influenciar o resultado pleito.

"Às vésperas das eleições mais importantes para as nossas instituições, a comissão convida todos os presentes nos sites da internet e nas redes sociais, principalmente os meios de comunicação, mas também todos os cidadãos, a mostrar responsabilidade e não transmitir esse conteúdo, para não distorcer a sinceridade da votação", disse a comissão em um comunicado. 

Os responsáveis pela eleição também fizeram uma advertência: "a divulgação ou republicação de tais conteúdos, obtidos de forma fraudulenta e com toda a probabilidade de terem sido possivelmente alterados, pode ser punida. " 

O presidente da França, François Hollande, prometeu, neste sábado (06/05), responder ao episódio. Durante visita a um centro cultural em Paris, Hollande disse que "nada ficará sem resposta", mas não tenha detalhou qual seria essa "resposta".

Outras denúncias

No final de abril, especialistas da empresa japonesa de segurança cibernética denunciaram ataques de hackers à campanha de Macron.  Os pesquisadores acreditam que o grupo por trás da ação é um coletivo conhecido pelos nomes Pawn Storm, Fancy Bear, Tsar Team e APT28 e suspeito de ter vínculos com serviços secretos russos.

A equipe de Macron já havia anunciado em meados de fevereiro ter sofrido "milhares de ciberataques provenientes das fronteiras russas".

O candidato centrista é o favorito nas pesquisas. Os franceses voltam às urnas neste domingo (07/05) para escolher o novo presidente. No primeiro turno, Macron recebeu 23,86% dos votos, e a candidata populista de direita Marine Le Pen, 21,43%.

CN/afp/rtr/ap/efe