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Historiadores alemães pedem acesso aos arquivos da KGB

(kas/ca)13 de setembro de 2005

Com dois anos de atraso, foi inaugurado o Instituto Histórico Alemão em Moscou. As autoridades russas adiaram sua inauguração também pelo fato de tratar-se do acesso de alemães a documentos secretos.

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Antigo quartel-general da KGB em MoscouFoto: AP

Na última segunda-feira (12/09), foi inaugurado em Moscou o Instituto Histórico Alemão, onde a história entre a Rússia e a Alemanha deverá ser pesquisada. A peça-chave do instituto é a biblioteca, onde se encontram livros e documentos sobre a história e sobre a relação entre as duas nações. Além disso, a distribuição de bolsas de estudo a estudantes e professores de universidades é um dos objetivos do novo instituto.

A equipe da instituição não é grande: dois cientistas alemães e dois cientistas russos, dois funcionários administrativos e o diretor do instituto, Bernd Bonwetsch, da Universidade de Bochum. Na opinião do diretor, o fato de haver cientistas russos no instituto irá impedir que tanto o governo quanto a opinião pública russas considerem as pesquisas ali realizadas como tendenciosas e pró-ocidentais. Além do mais, é mais fácil para pesquisadores locais entrar em contato com os responsáveis pelos arquivos secretos do Ministério das Relações Exteriores e dos serviços secretos federais.

O sexto instituto

Cinco milhões de euros foram disponibilizados pela Fundação Krupp e pela editora do semanário Die Zeit para abrir o instituto. Com este dinheiro, ele deve funcionar por pelo menos cinco anos. Após este período, o financiamento da instituição será previsto no orçamento federal alemão.

O apoio estatal aos institutos históricos alemães já tem uma longa tradição. O primeiro instituto foi fundado em 1888 em Roma, depois que o Vaticano permitiu o acesso aos seus arquivos. Mais tarde, institutos idênticos foram fundados em Paris (1958), Londres (1975), Washington (1987) e Varsóvia (1993).

O professor Victor Ishchenko, historiador moscovita, ressalta que os alemães desempenharam durante séculos um grande papel na história da ciência e cultura russas. Da mesma forma, a influência russa sobre a Alemanha é notável. O secretário da comissão de historiadores teuto-russos afirma que "por esta razão existe a necessidade de se construir um quadro histórico completo dos alemães na Rússia e dos russos na Alemanha, inclusive de todas as levas de emigração".

Status diplomático negado

A inauguração do instituto estava planejada para 2003. Na opinião da mídia alemã, as autoridades russas teriam tentado constantemente postergá-la.

Para Bonwetsch, a demora ocorreu também pelo fato de os alemães tentarem obter o status diplomático para os funcionários do instituto. Tal status têm também os funcionários do Instituto Goethe. O status foi entretanto negado ao historiadores.

O terceiro motivo da demora foi a reforma administrativa na Rússia. Durante meses, nenhuma instituição russa estava habilitada a reconhecer o novo instituto. Quando este problema organizacional foi solucionado, tudo correu tão depressa que os alemães nem tiveram tempo de juntar a papelada necessária, explicou Bonwetsch.

O Instituto Histórico Alemão está localizado nas instalações do Instituto Inion da Academia Russa de Ciências. Segundo Bonwetsch, a decisão dos organizadores de não se filiar à Universidade Lomonosov de Moscou ou à Faculdade de Relações Internacionais foi proposital, para facilitar o andamento das pesquisas.