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Homo sapiens chegou à Ásia antes da Europa

15 de outubro de 2015

Fósseis encontrados na China mostram que Homo sapiens deixou África 70 mil anos antes do que o suposto. Destino de primeira migração não foi Europa, mas sim o continente asiático.

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Foto: S. Xing und X-J. Wu

Dentes encontrados na China revelaram que o Homo sapiens saiu do continente africano cerca de 70 mil anos antes do que acreditavam os pesquisadores, segundo um estudo publicado pela revista Nature nesta quarta-feira (14/10). Até então, acreditava-se que o homem moderno havia emigrado da África há cerca de 50 mil anos.

O estudo, feito com base em 47 dentes, permitiu aos pesquisadores determinar que o Homo sapiens já estava presente no sul da China há pelo menos 80 mil anos e talvez até há 120 mil anos. A descoberta também revelou que o homem moderno vivia na China pelo menos 40 mil anos antes da colonização do continente europeu.

Os primeiros fósseis da espécie encontrados na Europa datam de 45 mil anos. A descoberta revela que o Homo sapiens apareceu no leste de África há cerca de 190 mil anos e que saiu daquele continente "muito mais cedo do que se pensava", afirma a coautora do estudo Maria Martinón-Torres, da Universidade de Londres.

Os dentes foram encontrados na gruta de Fuyab, próximo a cidade de Daoxian, e são parecidos com os de humanos contemporâneos.

Movimento migratório

O Homo sapiens surgiu no continente africano e se espalhou gradualmente pelo mundo. No entanto, os motivos da migração e a sua rota continuam sendo um mistério.

Para Martinón-Torres, a presença do homem de Neandertal e o frio na Europa podem ter sido os motivos que levaram nossos antepassados a povoar primeiramente a Ásia. Fósseis encontrados em Israel mostram que o homem moderno chegou há cerca de 90 mil anos no "portão da Europa", mas não conseguiu entrar na região.

"Nós esperamos que a descoberta de Daoxian ajude as pessoas a compreender que a Ásia Oriental é uma região importante para o estudo da origem e desenvolvimentos dos humanos modernos", afirmou o autor do estudo Wu Liu, da Academia de Ciências de Pequim.

CN/lusa/afp/rtr