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Contrariando clichês

26 de dezembro de 2010

Contrariando clichês correntes, também os muçulmanos e outros imigrantes na Alemanha têm ambições profissionais fortes. E rejeitam imagem da mulher abnegada, consideram trabalho doméstico assunto para ambos os sexos.

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Fundação Bertelsmann desmente clichê da mulher abnegadaFoto: AP

Em questões familiares e profissionais, os imigrantes da Alemanha estão mais integrados do que se pensa. Entre os cidadãos com e sem origem estrangeira, há "mais pontos em comum do que diferenças", foi a conclusão de uma pesquisa encomendada pela Fundação Bertelsmann e divulgada pelo jornal Frankfurter Rundschau.

Os imigrantes profissionalmente ativos são até mais ambiciosos em relação à carreira profissional do que os alemães: 57% deles responderam com "muito" ao quesito "Quero avançar na profissão", contra 45% dos alemães entrevistados. Sobretudo os jovens de origem estrangeira são fortemente voltados para o desempenho e o êxito profissional.

Segundo Liz Mohn, vice-presidente da Fundação Bertelsmann, os resultados do estudo desmentem "os preconceitos contra pessoas na sociedade alemã originárias de outros países". Para a pesquisa, foram entrevistadas entre 9 de novembro e 3 de dezembro últimos 1.001 pessoas com e 896 sem histórico familiar de migração, de ambos os sexos.

Mãe, criança, tarefas domésticas

Deutschkurs Essen und Trinken Junger Mann kocht
Para imigrantes e alemães, tarefas domésticas são assunto para ambos os sexosFoto: picture-alliance / maxppp

A imagem materna é praticamente a mesma nos dois grupos. Em média, sete de cada dez entrevistados rejeitam a ideia de que a mulher fique em casa cuidando dos filhos. A rejeição é mesmo mais acentuada entre os imigrantes (74%) do que entre os naturais do país (70%). Contrariando os clichês correntes, 70% dos originários de nações muçulmanas rechaçam esse tradicional papel materno.

A maioria dos imigrantes é a favor de jardins-de-infância gratuitos, e até mesmo que o maternal seja obrigatório para as crianças de três anos de idade. A maior parte também deseja que seus filhos fiquem sob os cuidados do jardim-de-infância ou da escola em horário integral.

Independentemente da origem dos entrevistados, as tarefas domésticas tampouco são consideradas "coisa de mulher" – embora quase a metade admita que, na prática, que cuidar da casa, das crianças e dos familiares caibam "predominantemente" ou "quase exclusivamente" às mulheres.

Ainda assim, um terço afirma que os afazeres em casa são realizados por ambos os parceiros, em proporções equivalentes. Também desmentindo clichês, o estudo da Bertelsmann apontou que 41% dos homens de ascendência estrangeira consideram as funções domésticas tarefa comum do casal, contra 35% dos não-imigrantes.

AV/afp/epd
Revisão: Roselaine Wandscheer