1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Importunação sexual vira crime no Brasil

25 de setembro de 2018

Presidente interino, Dias Toffoli sanciona legislação que criminaliza ato libidinoso em público e aumenta penas previstas para estupro coletivo. Nova lei também torna crime a chamada vingança pornográfica.

https://p.dw.com/p/35RPr
Mulher com olhar amargurado e, nos fundos, um homem de braços cruzados.
A alteração no Código Penal também aumenta o rigor das sanções para casos de estupro coletivo e sua divulgaçãoFoto: Colourbox/Photopqr/Le Republicain Lorrain/P. Brocard

O presidente do Brasil em exercício, o ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, sancionou na segunda-feira (24/09) a lei que torna crime a importunação sexual, com pena prevista de um a cinco anos de prisão. O texto sancionado também criminaliza a chamada vingança pornográfica e aumenta a pena para o estupro coletivo.

A importunação sexual foi definida como a prática de um ato libidinoso na presença de alguém, sem que essa pessoa tenha dado consentimento. O projeto havia sido aprovado pelo Senado em agosto, após casos de homens que se masturbaram e ejacularam em mulheres dentro de transporte público terem ganhado repercussão nacional.

O texto, que altera o Código Penal, também aumenta o rigor das sanções para casos de estupro coletivo e divulgação de cenas de estupro. Até então, o estupro coletivo resultava em penas de seis a dez anos de prisão. Com a nova lei, a punição para o estupro praticado por ao menos duas pessoas aumenta em até dois terços. O mesmo vale para casos do chamado estupro corretivo, quando o ato visa controlar o comportamento sexual da vítima.

Outra mudança da lei é o aumento de pena em um terço caso crimes de estupro sejam cometidos em locais públicos, durante a noite, em lugares desertos ou sob coerção de uma arma. A divulgação de cenas de estupro ou de imagens e vídeos de sexo sem consentimentos  prevê sentenças de um a cinco anos de prisão para qualquer pessoa que divulgar, publicar ou vender o material.

Toffoli, que preside o STF e assumiu temporariamente a presidência do país devido à viagem de Michel Temer aos Estados Unidos, também sancionou outros dois projetos de lei – a PL 24/2018, que assegura atendimento educacional a alunos do ensino básico que estejam internados para tratamento médico, e a PL 13/2018, que amplia as hipóteses de perda do poder familiar no caso de pessoas que cometem crimes contra o pai ou a mãe de seus filhos.

O presidente do STF é o quarto da linha sucessória. Como atualmente não há vice-presidente, e a lei eleitoral proíbe que os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, assumam o cargo, coube ao magistrado do STF assumir o Palácio do Planalto.

PV/abr/ots

----------------

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp 

App | Instagram | Newsletter