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SaúdeIraque

Incêndio causa tragédia em UTI de covid no Iraque

25 de abril de 2021

Explosão de tanques de oxigênio deixa mais de 80 mortos em hospital de Bagdá. Muitos pacientes estavam ligados a ventiladores e não resistiram ao resgate.

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O hospital após o incêndio: vizinhos ajudaram a salvar pacientes
O hospital após o incêndio: vizinhos ajudaram a salvar pacientesFoto: Murtadha Al-Sudani/AA/picture alliance

Uma explosão seguida de incêndio na UTI de um hospital para doentes de covid-19 em Bagdá, no Iraque, deixou pelo menos 82 mortos e mais de cem feridos na madrugada deste domingo (25/04).

O incêndio teria começado após a explosão de garrafas de oxigênio no hospital Ibn al-Khatib. Segundo bombeiros, muitas vítimas estavam ligadas a ventiladores quando o fogo começou.

Nas redes sociais circulam vídeos que mostram bombeiros tentando apagar o incêndio, enquanto  doentes e familiares tentam escapar do prédio, localizado no sudeste de Bagdá.

Mais de 20 equipes de bombeiros conseguiram apagar as chamas, segundo a Defesa Civil iraquiana, que informou em nota ter conseguido resgatar cerca de 90 pacientes durante a evacuação do centro.

Segundo a Defesa Civil, dezenas de vizinhos ajudaram os pacientes, a maioria idosos e ligada a ventiladores.

"O hospital não tinha sistema de proteção contra incêndio, e os tetos falsos permitiam que o fogo se propagasse para produtos altamente inflamáveis", disse a Defesa  Civil.  "A maioria das vítimas morreu porque foram deslocadas e privadas de ventiladores. Outras sufocaram com a fumaça", acrescentou.

A Comissão Pública Iraquiana para os Direitos Humanos pediu ao governo que assumisse a responsabilidade pelo incidente e exigiu a demissão do ministro da Saúde. O ministro, Hassan al-Tamim, foi afastado do cargo pelo premiê Moustafa al-Kazimi.

O governador de Bagdá, Mohammed Jaber, exigiu do Ministério da Saúde uma comissão de inquérito "para que aqueles que não fizeram o seu trabalho sejam levados à Justiça".

O primeiro-ministro Kazimi, que declarou três dias de luto nacional, anunciou a abertura de uma investigação e pediu conclusões "dentro de 24 horas". Ele suspendeu também de suas funções o chefe da Saúde do setor oriental de Bagdá, o diretor do hospital e os chefes de segurança e manutenção técnica.

O Iraque ultrapassou na quarta-feira um milhão de casos de covid-19, mas, provavelmente por causa de sua população, uma das mais jovens do mundo, registra um número relativamente baixo de mortes.

No total, segundo o Ministério da Saúde, 1.025.288 iraquianos foram infectados desde o início da pandemia, em fevereiro de 2020, e 15.217 morreram.

O Iraque recebeu um total de quase 650 mil doses de diferentes vacinas, quase todas em forma de doação ou por meio do programa internacional Covax, que visa garantir o acesso equitativo às vacinas no mundo.

Quase 300 mil pessoas já receberam pelo menos a primeira dose, segundo o Ministério da Saúde, que tenta convencer uma população muito cética em relação à vacina e que evita usar as máscaras desde o início da pandemia.

rpr (Efe, AP)