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Incêndios deixam dezenas de mortos em Portugal

16 de outubro de 2017

Fogo atinge centro e norte do país, quatro meses após incêndio mais mortal da história portuguesa. Governo declara estado de emergência. Na Espanha, chamas deixam mortos em região fronteiriça.

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Voluntários tentam apagar incêndio com mangueira em Óbidos, Portugal
Voluntários tentam apagar incêndio com mangueira em Óbidos, PortugalFoto: picture-alliance/dpa/AP/A. Franca

Ao menos 36 pessoas morreram em incêndios que atingem as regiões central e norte de Portugal desde domingo (15/10), segundo um balanço atualizado nesta segunda-feira pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

Além das mortes, o balanço provisório informa que há 51 feridos, 15 deles em estado grave. Segundo as autoridades portuguesas, também há um número desconhecido de desaparecidos. Esta é a segunda vez em quatro meses que incêndios assolam o país.

Na vizinha Espanha, mais de 130 incêndios foram contabilizados na região da Galícia, que faz fronteira com Portugal, e ao menos três pessoas morreram. Ventos provocados pelo furacão Ofélia, que se movia em direção à Irlanda, ajudaram a espalhar o fogo.

Bombeiros e voluntários tentam conter fogo em Óbidos, Portugal
Quatro meses após incêndio que deixou 64 mortos, portugueses se veem novamente ameaçados pelo fogoFoto: picture-alliance/dpa/AP/A. Franca

O primeiro-ministro português, António Costa, declarou estado de emergência enquanto mais de 4 mil bombeiros combatiam cerca de 20 focos ainda em chamas nesta segunda-feira. 

As fatalidades em Portugal aconteceram em áreas de floresta densa no centro e no norte do país depois que cerca de 520 focos surgiram no fim de semana em circunstâncias meteorológicas "excepcionais", disse Patrícia Gaspar, porta-voz da ANPC.

Segundo a porta-voz, a situação ainda estava "crítica" por causa de temperaturas consideradas altas para esta época do ano – outono na Europa. Uma seca prolongada e temperaturas de mais de 30°C em outubro favoreceram o surgimento de focos de incêndio. Gaspar previu que o tempo deverá esfriar e que haverá alguma chuva, o que pode significar um alívio para que os bombeiros possam combater os fogos.

Incêndios causam ao menos 30 mortes em Espanha e Portugal

Portugal foi duramente atingido por incêndios este ano, a exemplo do fogo no município de Pedrógão Grande, em junho, que deixou 64 mortos. Na semana passada, uma investigação independente do incêndio mais mortal da história do país concluiu que as autoridades fracassaram ao não conseguirem evacuar a região a tempo. O fogo de Pedrógão Grande deixou mais de 250 feridos e destruiu cerca de 29 mil hectares na ocasião.

Espanha

Na Galícia, autoridades dizem que dois dos três mortos ficaram presos num carro. Milhares de pessoas foram removidas de suas casas. Ao menos 17 focos de incêndio estavam próximas de áreas habitadas, muitas delas na província de Vigo.

Escolas da região foram fechadas nesta segunda-feira, e ao menos 20 aviões se juntaram a 350 unidades de combate a incêndios para conter as chamas. Esperava-se que uma leve chuva ajudasse a apagar o fogo.

Autoridades culparam incendiários pelos 17 focos de incêndio. "São focos absolutamente intencionais, premeditados, causados por pessoas que sabem o que estão fazendo", disse Alberto Nunez Feijoo, líder do governo regional da Galícia. O ministro espanhol do Interior, Juan Ignacio Zoido, tuitou que "várias pessoas foram identificadas em conexão com os fogos na Galícia".

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, viajou à Galícia, sua região de origem, para visitar um centro de reação a emergências.

RK/efe/lusa/ap/afp