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Pais e filhos

5 de fevereiro de 2010

Para concorrer com os jogos de videogame e de computador, indústria de brinquedos quer atrair atenção de bebês e também do público adulto.

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Pai e filha brincam na Feira Internacional de BrinquedosFoto: Catrin Möderler

Até meados do século 18, eram as próprias crianças que construíam seus brinquedos na Alemanha. Posteriormente, com o desenvolvimento da burguesia, a produção de brinquedos passou a ser executada por empresas especializadas.

Com o passar do tempo, uma gigantesca indústria se estabeleceu: somente na Alemanha, as vendas anuais chegam a 4 bilhões de euros. O mercado também sofreu grandes mudanças: os jogos de tabuleiro e quebra-cabeça correspondem a 9% das vendas, e as bonecas totalizam 5%. Por outro lado, os jogos de computador chegam aos 50%. Não é a toa que a indústria de brinquedos quer alcançar um novo grupo alvo – especialmente as crianças de menor idade.

O baixo índice de natalidade e a preferência dos alemães em comprar brinquedos mais duradouros fizeram a indústria se mexer: a nova estratégia da indústria é atingir crianças mais novas, como também seus pais.

As vendas de brinquedos clássicos estão estáveis já faz alguns anos – bonecas, jogos de tabuleiro, carrinhos e bloquinhos de construção. Apesar dos bons resultados, há outro segmento em ascensão: os jogos de videogame. Nos últimos cinco anos, as vendas desse tipo de diversão dobraram. Por isso, a indústria de brinquedos tradicionais precisa correr atrás de boas idéias para sobreviver no mercado.

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Brinquedos tradicionais têm forte concorrência: os jogos de videogame e computadoresFoto: picture-alliance/dpa

Os clássicos que ainda encantam

Os pais de Helen, de um ano meio, sabem que a filha faz parte do público alvo da indústria de brinquedos tradicionais que, nos últimos anos, faturou 2,4 bilhões de euro. Mas a menina ainda está numa fase em que se distrai com uma chaleira antiga de alumínio e uma garrafa térmica.

Talvez por mais um ano e meio, os pais de Helen ainda possam escolher os brinquedos da filha – depois ela deve passar a fazer algumas exigências. No universo dos futuros pedidos, um quarto dos brinquedos que ela vai gostar deverá ser de produção alemã, o resto deverá vir da China, do Japão e do Leste Europeu. Brinquedos como chocalho de madeira, relógio musical, figurinhas de colar, bola, livros.

Martina Esser trabalha como vendedora numa loja especializada há 20 anos. A comerciária diz que 20% das vendas são de brinquedos para crianças que ainda não atingiram a idade escolar, assim como Helen.

"Nós temos roupinhas para bonecas de diversos tamanhos. Temos pijamas, roupão, roupas íntimas, meias", enumera Martina alguns tipos de brinquedos à venda na loja. Há também outros tipos de passatempo: '"Quando se abre esse livro, por exemplo, dá para ver quem faz barulho – a buzina do ônibus, o bonde, o caminhão de lixo."

Para Alfred Westenhöfer, proprietário da loja, a indústria de brinquedos tem se esforçado em ganhar a atenção de crianças da idade de Helen. "As pessoas dizem já há alguns anos que a criança, com 10 até 12 anos, não é mais criança. Esta é uma idade em que os computadores aparecem."

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Jogos de tabuleiro e quebra-cabeça correspondem a 9% das vendasFoto: picture alliance / dpa

Estratégia da indústria

O fato de os alemães terem menos filhos nos dias de hoje e de preferirem brinquedos que durem mais são outros agravantes para a indústria de brinquedos. Apesar de ser o país europeu mais populoso, a Alemanha é o terceiro em vendas de brinquedos, ficando atrás do Reino Unido e da França.

A Feira Internacional de Brinquedos de Nurembergue, que vai até 09/02, reúne as principais marcas mundiais. Nesse ano, a feira está focada no mercado para bebês – além de estar de olho nos adultos, já há algum tempo.

Parece que a tática está dando certo. Uma cliente da loja de brinquedos de Bonn confessa: "Tudo o que eu gosto e tudo o que pode divertir as crianças, eu compro para meu filho. Eu mesma vou sempre a lojas de brinquedos e quando vejo que os olhos dele brilham então dá vontade de comprar ainda mais."

Autora: Jutta Wasserab (ca)

Revisão: Carlos Albuquerque