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"Atrás de um milagre"

12 de abril de 2011

Depois de perder por 5 a 2 para a equipe alemã, no jogo de ida das quartas de final da Liga dos Campeões, a Inter de Milão precisa jogar uma partida pefeita em Gelsenkirchen, diz o defensor brasileiro.

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Lúcio: "Vamos atrás de um milagre em Gelsenkirchen"
Lúcio: "Vamos atrás de um milagre em Gelsenkirchen"Foto: AP

Não é uma missão fácil. Para se manter na briga pelo título da Liga dos Campeões deste ano, a Inter de Milão precisa derrotar o Schalke, nesta quarta-feira (13/04), por pelo menos quatro gols de diferença. O time alemão terá ainda a torcida a seu favor, pois vai jogar em casa, na cidade de Gelsenkirchen.

Nada disso, porém, desanima o zagueiro brasileiro Lúcio. Em entrevista à Deutsche Welle, um dos mais experientes jogadores da equipe italiana disse que a fórmula para alcançar a vitória é jogar um futebol ofensivo desde o primeiro minuto. O atual campeão europeu espera reverter a situação desfavorável para conquistar o título novamente este ano, desta vez sob o comando do também brasileiro Leonardo.

Lúcio, que estava suspenso devido ao terceiro cartão amarelo, volta ao gramado nesta quarta, no segundo jogo contra o Schalke. No primeiro, a Inter perdeu por 5 a 2. "Os últimos resultados têm mostrado que, quando eu jogo, a equipe funciona de uma maneira diferente", afirma, confiante.

DW-World: A Inter está preparada para a partida de volta das quartas de final da Liga dos Campeões contra o Schalke, em Gelsenkirchen?

Lúcio: Sim, a partida em Milão foi um desastre que temos que esquecer.

O que não funcionou?

Acredito que nos faltou algo no aspecto psicológico, especialmente depois do clássico contra o Milan, quando não jogamos uma boa partida. Logo depois veio o jogo da Liga dos Campeões em casa, quando levamos cinco gols do Schalke. Isso mostrou que estávamos num estado de ânimo péssimo.

Especulou-se muito que o Schalke teria vencido porque a Inter estava fisicamente esgotada depois de tantas partidas seguidas...

Não, essa não foi a razão principal para perder uma partida pelo placar de 5 a 2. É certo que estamos cansados, mas isso é algo que nós jogadores precisamos saber contornar. Não podemos usar como justificativa para uma derrota por uma diferença tão ampla.

Você jogou contra o Schalke em Milão e teve que assistir da tribuna ao que acontecia em campo. Doeu ver como a Inter era derrotada pelos alemães?

Sim, na verdade eu estava triste antes mesmo de começar a partida. Quando vi o Schalke marcando um gol atrás do outro, eu me senti ainda pior. Minha dor maior era que, a cada gol marcado pelo Schlake, as chances de a Inter chegar à semifinal da Liga dos Campeões e de defender o título ficavam menores. Mas o resultado final, de 5 a 2, é exagerado, são gols demais.

Gols demais?

Sim, um 5 a 2 numa partida das quartas de final da Liga dos Campeões contra a atual campeã é, sendo bem sincero, um exagero. Um resultado que ninguém poderia imaginar.

Raúl marca na vitória por 5 a 2 do Schalke sobre a Inter de Milão
Raúl marca na vitória por 5 a 2 do Schalke sobre a Inter de MilãoFoto: AP

Isso é verdade, mesmo na Alemanha não havia muita gente que acreditava numa vitória do Schalke, muito menos por goleada. A favorita era a Inter e contava-se com uma derrota do time alemão.

As pessoas falavam isso porque a Inter é a atual campeã da Europa e o Schalke não vinha bem. Nós éramos os favoritos, mas no futebol isso de ser favorito não existe. Dentro da equipe, no vestiário da Inter, não pensávamos assim. Nós escutávamos o que se dizia, mas não acreditávamos que éramos os favoritos.

Em Milão você estava suspenso e não pôde jogar, mas agora em Gelsenkirchen será titular. A Inter é outra equipe quando você está em campo, não?

Sim. Na verdade não gosto de falar de mim mesmo, nem do meu rendimento, mas os últimos resultados têm mostrado que, quando eu jogo, a equipe funciona de uma maneira diferente. Sei que todos são importantes no time e quero reforçar isso. Este é um esporte coletivo e nenhum jogador ganha ou perde sozinho.

Mas alguns têm mais peso que outros...

Claro que cada jogador tem uma importância particular em sua equipe. Eu conheço a minha, e fico muito triste ao ver que a Inter toma oito gols em duas partidas em que não estou, três no clássico contra o Milan e cinco contra o Schalke. Oito gols! Isso não é possível, é demais!

Qual será a fórmula para a Inter ganhar do Schalke da Alemanha?

Não se trata apenas de ganhar, tem que ganhar com quatro gols de diferença e isso é o mais difícil. Tudo está a favor do Schalke, eles terão todo o estádio dando apoio, estão em melhores condições físicas e têm um resultado que lhes favorece. Creio que a Inter deve jogar um futebol ofensivo desde o primeiro minuto, vamos atacar o tempo todo.

Você acredita que podem conseguir o resultado que precisam?

Precisamos tentar, é muito difícil, mas temos que acreditar em nós mesmos. A Inter vai para a Alemanha com a esperança de conseguir o resultado que precisa, mas também sabendo que a tarefa é dura.

De qualquer maneira, a Inter já mostrou que é um time perigoso e capaz de marcar gols fora de casa, e já demonstrou isso em Munique, nas oitavas de final, eliminando o Bayern...

Mas em Munique a situação era muito diferente, lá nos bastava uma vitória simples para passar à rodada seguinte. Desta vez é mais complicado, mas temos que acreditar que vamos conseguir.

Quatro gols fora de casa parece ser muita coisa, mas com jogadores com a qualidade de Samuel Eto'o, Diego Milito ou Wesley Sneijder não são tantos assim...

Esperamos que assim seja. O importante agora é aprender a lição de Milão: o Schalke tem um ataque forte. Se quisermos passar para a semifinal da Liga dos Campeões e eliminar o Schalke, temos que fazer – tanto na defesa, quanto no ataque – uma partida perfeita. Se o Schalke conseguiu um milagre em Milão, a Inter vai atrás de um milagre em Gelsenkirchen.

Autor: Daniel Martínez (as)
Revisão: Alexandre Schossler