1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
ConflitosTerritório Ocupado da Palestina

Israel diz que achou arsenal do Hamas em subsolo de hospital

14 de novembro de 2023

Vídeo mostra armamentos que estariam em subsolo de clínica infantil na Faixa de Gaza. Biden pede proteção de hospitais no território. Pacifista desaparecida após ataque do Hamas tem morte confirmada.

https://p.dw.com/p/4YmuT
O hospital Al Shifa visto de fora na noite de 10 de novembro de 2023
Há três dias sem luz e água, hospital Al Shifa também é tido pelos israelenses como abrigo de terroristas do HamasFoto: Ismail Zanoun/AFP

Militares de Israel afirmaram nesta segunda-feira (13/11) terem encontrado um arsenal do grupo terrorista Hamas escondido no porão de um hospital infantil na Cidade de Gaza, bem como sinais de que reféns estiveram detidos no subsolo do prédio.

O anúncio foi feito pelo porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Daniel Hagari. Num vídeo publicado na noite desta segunda-feira nas redes sociais, é possível ver rifles de assalto, granadas de mão, coletes explosivos e armas antitanque. "Este é um equipamento para combates pesados", disse Hagari, afirmando que a descoberta foi feita no hospital Rantisi.

"Também foi encontrado um motociclo com marcas de tiros, que foi utilizado por terroristas do Hamas no massacre de 7 de outubro. Além disso foram encontrados sinais no subsolo que indicam que reféns foram mantidos na sala", afirmaram as forças israelenses, que há mais de cinco semanas travam uma guerra contra o grupo terrorista palestino.

Entre os sinais de uma possível presença de reféns estão um banheiro improvisado, uma pequena cozinha e uma mamadeira. Na parede se vê um calendário à mão, contando os dias desde 7 de outubro, que teria sido preenchido pelos guardas dos terroristas.

O líder do Hamas, Khalil al-Haja, disse à emissora de TV Al-Jazeera que Israel está lançando falsas alegações.

Nenhuma das declarações pode ser confirmada de forma independente.

Biden apela pela proteção de hospitais

O presidente dos EUA, Joe Biden, apelou nesta segunda-feira para que Israel poupe dos combates os hospitais na Faixa de Gaza. Biden disse na Casa Branca ter esperança e expectativa de que haja menos confrontos armados em torno de hospitais.

O chefe de governo americano mencionou em especial o hospital Al-Shifa, o maior de Gaza, que está sem luz e água há três dias, enquanto tiros e bombardeios fora do complexo tornam a situação ainda mais difícil.

O consultor de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, apelou para que haja, além de uma melhor proteção dos hospitais, também rotas de evacuação seguras para aqueles que estão retidos na região.

ONU: só um hospital funciona no norte de Gaza

Combates entre tropas israelenses e terroristas do Hamas no norte de Gaza fizeram com que outras 200 mil pessoas fugissem para o sul nos últimos dez dias, disse nesta terça-feira (14/11) a agência humanitária da ONU.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (ENUCAH) disse que apenas um hospital no norte é atualmente capaz de tratar pacientes. Alguns combates estão ocorrendo em torno de hospitais, onde pacientes, recém-nascidos e médicos estão retidos, sem eletricidade e enfrentando cada vez maior escassez de insumos médicos e outros itens.

Israel acusa o Hamas de usar hospitais como esconderijo, alegando que o grupo terrorista criou seu principal centro de comando dentro e no subsolo do Al-Shifa. Tanto os funcionários do hospital como a liderança do Hamas negam as alegações israelenses.

Todos os hospitais na Cidade de Gaza (norte) e no norte de Gaza estão fora de serviço devido à falta de eletricidade, suprimentos médicos, oxigênio, alimentos e água, além de bombardeios e confrontos nas áreas vizinhas, afirmou o ENUCAH, no seu relatório diário sobre o impacto sobre os civis do conflito.

A Organização Mundial da Saúde afirmou que o hospital Al-Shifa é "quase um cemitério", com corpos acumulados dos lados de dentro e fora.

A situação no hospital Al-Shifa foi a que pareceu mais grave nos últimos dias porque é o principal centro hospitalar da Cidade de Gaza e esteve recentemente no centro de confrontos armados e foi danificado por bombardeios israelenses.

Segundo as Nações Unidas, que citam dados do governo do Hamas, nos últimos dois dias, 32 pacientes e três bebês prematuros morreram no Al-Shifa devido ao corte de energia e às condições extremamente precárias.

As últimas informações recebidas daquele hospital, oriundas de funcionários do governo do Hamas, indicam que, nesta segunda-feira, estavam no prédio de 600 a 650 pacientes hospitalizados, entre 200 e 250 funcionários e 1.500 deslocados internos, enquanto 36 bebês em incubadoras e pacientes que necessitavam de diálise corriam risco iminente de morrer.

Morte de pacifista confirmada

A ativista pacifista Vivian Silver, de 74 anos, desaparecida desde o ataque sem precedentes do Hamas a Israel, teve sua morte confirmada. "Notícia trágica: Vivian Silver, a ativista pacifista canadense-israelense foi confirmado morta, tendo sido assassinada pelo Hamas no kibutz Beeri", afirmou o cônsul geral de Israel em Toronto, Idit Shamir, nesta segunda-feira. "O Canadá está de luto por ela", disse a ministra do Exterior canadense, Melanie Joly.

O embaixador alemão em Israel, Steffen Seibert, classificou a notícia como "devastadora". "Vivian Silver, que trabalhou incansavelmente pela paz e pela compreensão, foi assassinada pelo Hamas, as forças do ódio cego", afirmou Seibert.

O filho de Silver, Yonatan Zeigen, que mora em Tel Aviv, disse à agência de notícias AFP no mês passado que estava ao telefone com sua mãe no dia do ataque do Hamas, quando tiros foram disparados a partir das 11h. Ela então escreveu para ele que homens armados estavam em sua casa em Beeri; foi seu último sinal de vida enviado ao filho. Mais de cem residentes de Beeri foram mortos no ataque do Hamas.

A ativista fez campanha pela paz com os palestinos e foi homenageada com vários prêmios por seu trabalho. Ela iniciou programas de ajuda para residentes da Faixa de Gaza e ajudou-os a receber tratamento médico em Israel. Em 2014, ela ajudou a fundar o movimento pacifista Women Wage Peace, que agora tem mais de 45 mil membros.

md/as (DPA, AFP, Efe, Lusa)