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Israel rebate acusação de haver envenenado Arafat

8 de novembro de 2013

Exames de peritos suíços, comprovando doses elevadas de radioatividade em cadáver do líder, dão margem a novas acusações por autoridades palestinas, que falam em "crime do século". Israelenses reagem com indignação.

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Foto: Reuters

Um relatório de peritos suíços divulgado esta semana reacendeu o debate sobre a morte do líder palestino Yasser Arafat. Apesar de eles ressaltarem que não há conclusões definitivas, especialistas palestinos afirmam que o óbito de Arafat não teve causas naturais.

"Ele não morreu por decrepitude nem de uma doença", declarou nesta sexta-feira (08/11), em Ramallah, Tawfik Tirawi, chefe da comissão encarregada de investigar a morte do antigo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

Base para tais afirmações foram os exames de amostras do corpo e de peças de roupa de Arafat. Segundo os resultados divulgados pelos especialistas suíços, o cadáver apresentava níveis do elemento radioativo polônio 210 até 20 vezes acima do normal.

Arafat morreu aos 75 anos, num hospital militar de Paris, em 11 de novembro de 2004. A pedido de sua viúva, Suha, na época não foi feita uma autópsia, e a causa mortis exata permaneceu não esclarecida.

Acusações contra Israel

Há anos, fontes palestinas vêm expressando a suspeita de que Israel poderia ter envenenado o líder. Em novembro de 2012, Suha Arafat e a Autoridade Palestina pediram a exumação dos restos mortais em Ramallah, para que peritos da França, Rússia e Suíça pudessem retirar amostras.

Em meados de outubro deste ano, o departamento russo de análises biológicas atestara que Arafat não poderia ter sido envenenado com polônio. Um porta-voz esclareceu mais tarde, no entanto, que ainda não havia um resultado oficial. Os resultados dos exames por cientistas franceses também ainda não foram divulgados.

Suha Arafat
Suha Arafat (e) e um oficial israelense, poucos dias antes da morte do maridoFoto: AP

Tirawi acrescentou que, do ponto de vista dos investigadores palestinos, caso o líder tenha sido realmente vítima de um complô assassino, Israel entra em cogitação como único mandante possível. Assim, o Estado judaico seria "o principal e único suspeito" do "crime do século". Antes, a viúva Arafat falara em "assassinato político", sem, no entanto, apontar culpados.

O Ministério israelense do Exterior tachou as imputações de absurdas. "Vou fazer a coisa tão curta e clara quanto possível: Israel não assassinou Arafat, ponto", declarou um porta-voz do órgão à agência de notícias AFP. "Os palestinos têm que parar de acusar Israel sem motivo e sem qualquer prova. Israel não fez isso, basta."

Na opinião do ministro palestino da Justiça, Ali Mhanna, a chave para "toda a verdade" sobre o caso estaria na França. "Nós enviamos uma carta aos franceses para exigir uma entrega acelerada dos resultados dos exames. E continuamos esperando."

AV/afp/dpa