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Itália corta despesas

26 de maio de 2010

A exemplo de outros países europeus, governo italiano anunciou medidas drásticas de contenção de gastos públicos. Bruxelas saúda decisão de Roma.

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Berlusconi pretende poupar sobretudo através de cortes salariaisFoto: AP

O pacote de medidas de austeridade econômica selado pela Itália prevê uma redução das despesas públicas em torno de 24 bilhões de euros. O plano foi saudado pelas autoridades da UE em Bruxelas. "As medidas apresentadas pelo governo italiano estão no caminho certo", afirmou nesta quarta-feira (26/05) o porta-voz do Comissariado de Finanças do bloco.

Os ministros das Finanças dos países da UE decidiram, em meados deste mês, que os Estados do bloco com dívidas públicas extremamente altas devem acelerar o saneamento de suas finanças. A Comissão Europeia irá, em cada caso, examinar as medidas tomadas pelos governos em questão.

A Itália especificamente possui uma dívida pública de 116% do PIB (o máximo permitido pelo Pacto de Estabilidade da UE é de 60%), equiparando-se neste sentido à Grécia.

Medidas drásticas

Entre as medidas determinadas pelo governo em Roma está o congelamento dos salários de servidores públicos por dois anos, em 2011 e 2012. Com isso, o governo pretende poupar 24 bilhões de euros. Funcionários públicos do alto escalão e ministros terão seus salários reduzidos.

O plano de austeridade italiano não prevê aumentos fiscais, mas inclui medidas mais sérias contra a sonegação de impostos. Além disso, o governo pretende elevar a idade mínima necessária para a aposentadoria e reduzir o fluxo de verbas do governo federal para os municípios.

Grandes sacrifícios

Gianni Letta, assessor de Berlusconi, afirmou na última segunda-feira (24/05) que os italianos terão que se "sacrificar muito", a fim de evitar uma crise como a da Grécia. O déficit público italiano no último ano foi de 5,5% do PIB, um valor acima do limite de 3% permitido aos países da zona do euro. Até 2012, o governo italiano pretende reduzir o déficit orçamentário para 2,7%.

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Crise nos países da UE enfraquece o euroFoto: dpa

Para o líder oposicionista Pier Luigi Bersani, o programa de austeridade do governo em Roma não demonstra a mínima consideração pelo povo italiano. Guglielmo Epifani, líder do sindicato CGIL, o maior do país, afirmou que os assalariados é que vão ser sacrificados e já ameaçou convocar greves no país.

"Não há necessidade de grandes palavras: espero medidas de contenção de gastos definitivamente mais equilibradas", declarou Epifani ao jornal La Stampa. Segundo o sindicalista, "já pagamos para ajudar os bancos e agora estamos pagando de novo por aquilo que os especuladores financeiros fizeram".

Apesar de ser uma das economias mais problemáticas na zona do euro, a Itália ainda é considerada um país com finanças relativamente sólidas, em comparação com Espanha ou Portugal.

SV/rtr/dpa/afp
Revisão: Simone Lopes