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Jovem alemã escapa da pena de morte em Cingapura

gh28 de março de 2002

Presa com haxixe e outras drogas, Julia Bohl poderia receber a pena capital como traficante, mas somente parte dos entorpecentes era pura.

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Susanne e Wolfgang, pais de Julia, foram ao tribunal para a audiência desta quinta-feiraFoto: AP

A alemã Julia Bohl, de 22 anos, presa em Cingapura com drogas, não será mais condenada à pena de morte. Um tribunal distrital decidiu, nesta quinta-feira, restringir a acusação a porte e consumo de drogas, crimes menos graves contra a lei de entorpecentes do país asiático.

O rumo do processo foi mudado, porque testes de laboratório concluíram que as 687 gramas de haxixe apreendidos continham apenas 281 gramas de droga pura. Desde o começo deste ano, a pena de morte é aplicada apenas a traficantes flagrados com mais de meio quilo de drogas.

Livre em breve - O juiz aprovou também a libertação da alemã, mediante pagamento de fiança equivalente a 190 mil reais. Segundo o advogado de defesa Subhas Anandan, Julia Bohl deverá ser solta nos próximos dias. Seu passaporte, porém, foi apreendido, para que não abandone o país. Prevê-se que o processo ainda vá se arrastar por mais um mês.

Além de haxixe, a polícia encontrou em poder da alemã e de três cingapurianos 60 pílulas de ecstasy, 34 gramas da droga ice e 30 gramas do super K, nova droga usada principalmente por jovens nos EUA. A polícia acusa o quarteto de vender drogas em boates.

Sentenças - A alemã poderá ser condenada a 20 anos de prisão ou ao pagamento de multa, ou ainda a ambas as penas. O ministério das Relações Exteriores da Alemanha ofereceu-se a continuar prestando assistência consular à prisioneira. Em seu país natal, Julia também não está livre de um julgamento, podendo ser sentenciada a até quatro anos de prisão, com direito a liberdade condicional, como ré primária. Ela perderá este direito, porém, se fugir de Cingapura.

Os três cingapurianos presos junto com a alemã também devem escapar da pena de morte. Mas não deverão ser libertados, pois suas famílias não possuem dinheiro para pagar a fiança.

Desde 1975, pelo menos 340 pessoas foram condenadas à forca em Cingapura, por crimes ligados às drogas. Até agora, o único ocidental executado foi o holandês Johannes van Damme, enforcado em 1994, depois de ser flagrado com 3,4 quilos de heroína na mala.