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Jovem morre em protesto na Venezuela

29 de julho de 2017

Um rapaz de 18 anos morreu ao ser atingido por um tiro em manifestação contra eleição para Assembleia Constituinte, prevista para domingo. Governo de Nicolás Maduro proíbe voos de aviões particulares e drones.

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Massenproteste gegen Maduro vor Wahl in Venezuela
Protestos contra política de Nicolás Maduro já duram quatro mesesFoto: Picture-Alliance/AP Photo/A. Cubillos

Um jovem de 18 anos, identificado como Gustavo Villamizar, morreu na noite desta sexta-feira (28/07) após ser atingido por um tiro numa manifestação na cidade de San Cristóbal, no oeste da Venezuela, aumentando para 109 o número de mortes em quase quatro meses de protestos contra o governo de Nicolás Maduro, informou o Ministério Público venezuelano.

"Gustavo Villamizar recebeu um tiro quando se encontrava numa manifestação nas imediações do Liceu Alberto Adriani", informou na sua conta do Twitter a Promotoria-Geral da Venezuela, ao anunciar uma investigação sobre o caso.

Várias pessoas morreram em todo o país em episódios violentos e confrontos entre manifestantes e forças de segurança nos últimos dias, especialmente durante a greve geral de 48 horas convocada pela oposição e vários setores sociais para exigir o cancelamento da eleição para Assembleia Constituinte, prevista para este domingo.

Apesar da proibição do governo, a oposição na Venezuela iniciou nesta sexta-feira a série de manifestações, que foram convocadas para os próximos três dias, tomando as ruas de Caracas com barricadas, obstáculos e sacos de lixo.

Plebiscito simbólico rejeita proposta de Maduro

Na quinta-feira, o governo da Venezuela anunciou a proibição e alertou que aqueles que descumprirem a determinação poderão sofrer sanções penais. Depois do anúncio, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu às autoridades venezuelanas que respeitem o direito dos cidadãos à liberdade de expressão e manifestação pacífica.

Neste sábado, o Instituto de Aeronáutica Civil (INAC) e os Serviços de Navegação Aérea (SNA) da Venezuela emitiram um comunicado conjunto para anunciar a proibição de voos de aeronaves privadas e de drones no país. A medida entrou em vigor a 0h (hora local) deste sábado e se prolonga até segunda-feira, 31 de julho, um dia depois das eleições para a Assembleia Constituinte.

"Proíbe-se a operação e circulação aérea em território nacional e demais espaços geográficos da República Bolivariana da Venezuela de aeronaves classificadas como de aviação geral e privada", explica o documento. Segundo o comunicado é ainda proibido operar "todo o sistema de aeronaves pilotadas à distância (RPAS), conhecido comumente como drone, a partir das 10h (hora local) de 29 de julho e até às 10h do dia 31 de julho de 2017".

Maduro provoca oposição

Apesar da onda de protestos que já duram quatro meses, o presidente da Venezuela disse nesta sexta-feira que a coalizão opositora foi derrotada na tentativa de tirá-lo do poder e pediu aos líderes opositores para que se rendam.

"Estão derrotados, rendam-se vocês da MUD (Mesa da Unidade Democrática). Estão derrotados e o povo vai a dar a vocês uma lição e um castigo no dia 30 de julho. O povo vai castigá-los com o voto, para que estudem, para que sejam sérios", disse Maduro, em pronunciamento exibido pelo canal estatal VTV.

A oposição venezuelana se negou a participar da Constituinte por considerar o processo fraudulento e critica que não tenha sido convocado um referendo antes da escolha dos constituintes, como ocorreu em 1999, quando foi sancionada a atual Constituição.

Desde abril deste ano, a Venezuela enfrenta uma onda de protestos e indignação, que já deixou mais de cem mortos no país, em meio a uma profunda crise política e econômica. A principal exigência dos opositores é a revogação da votação da Assembleia Constituinte defendida por Maduro, marcada para o próximo domingo, 30 de julho. A medida é encarada pela oposição como uma tentativa do governo de "consolidar uma ditadura" na Venezuela.

CA/efe/lusa/dpa/dw