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Jovens pelados se acorrentam em Auschwitz

24 de março de 2017

Onze homens e mulheres são detidos após protagonizar cena peculiar no antigo campo de concentração na Polônia. Causa do protesto, que teria incluído sacrifício de um carneiro, segue desconhecida.

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Auschwitz-Wachmann
Foto: picture-alliance/dpa/F. Leonhardt

O antigo campo de concentração nazista de Auschwitz-Birkenau, no sul da Polônia, foi palco de uma cena incomum nesta sexta-feira (24/03). Onze pessoas foram detidas pela polícia polonesa depois de terem tirado suas roupas, sacrificado um carneiro e se acorrentado uns aos outros no memorial.

O protesto, ainda sem causa conhecida, ocorreu na entrada do local, logo em frente ao famoso portão de ferro com a inscrição "Arbeit macht frei" (o trabalho liberta). Sobre o portão, foi pendurada uma faixa branca com a palavra "Love" (amor) em vermelho. Um drone filmava toda a cena.

Segundo um porta-voz da polícia regional, Sebastian Glen, os guardas do museu reagiram rapidamente e retiveram o grupo até a chegada da polícia. Entre os detidos havia sete homens e quatro mulheres, entre 20 e 27 anos, sendo seis poloneses, quatro bielorrussos e um alemão.

"Não sabemos como e quando o carneiro foi morto, nem se foi sacrificado no local ou se foi trazido já sem vida", disse Glen à agência de notícias AFP. Segundo ele, uma faca foi encontrada nas imediações do museu-memorial, que precisou suspender temporariamente suas visitas nesta sexta-feira.

A porta-voz da polícia local, Malgorzata Jurecka, informou que o grupo foi levado à delegacia para prestar depoimento e deve provavelmente ser indiciado por "avarias a monumento histórico".

"Estamos chocados e indignados com a tentativa de usar este memorial para um protesto, ofendendo a memória de milhares de vítimas. É um ato repreensível", declarou, também à AFP, o porta-voz do museu, Bartosz Bartyzel.

Auschwitz-Birkenau, maior campo de extermínio nazista, foi aberto como museu-memorial em 1947 e declarado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade em 1974. Calcula-se que, entre 1940 e 1945, os nazistas tenham assassinado ali mais de 1,1 milhão de pessoas, a maioria judeus, além de ciganos, homossexuais, católicos e presos soviéticos e poloneses.

EK/afp/ap/efe/lusa