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JUDAÍSMO

10 de março de 2007

Judaísmo, cinema europeu, filmes sobre o nazismo, desigualdade social no Brasil, dupla nacionalidade, partidos alemães e o papel da mulher foram os temas enfocados por nossos leitores esta semana. Leia aqui!

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Sinagoga em LeipzigFoto: dpa Zentralbild

É difícil para uma pessoa auto-intitulada cristã, ou de outra religião qualquer, entender exatamente o que é ser judeu. Li sobre alguns casos em que entidades ou pessoas pertencentes à comunidade judaica processaram outras por se sentirem insultadas racialmente. No Brasil, judaísmo é considerado legalmente como religião. E isto devido à própria insistência da comunidade judaica em assim se classificar, haja vista a posição tomada por rabinos de alto coturno, como Henry Sobel. Entretanto, parece que essa qualificação não é unânime dentro da comunidade. Ou, se o é, adquire conotações variadas de acordo com a situação vigente. Por exemplo: como ficaria um processo judicial aberto no Brasil por discriminação ou difamação racial pelo termo expressado pejorativamente "raça judia", "ou raça judaica" infligida ao queixoso, se pela lei judaísmo não seria uma raça e sim religião?

A coisa fica mais confusa quando se observam manifestações das comunidades judaicas em favor do Estado de Israel pelo mundo afora, passando a idéia de que judaísmo se trata também de uma nacionalidade. Talvez seja isso mesmo o que o Ariel colocou ["Sua Opinião", 09/12/06]. Uma coisa interativa: religião, raça, nacionalidade e origem genealógica ou mesmo genética (os judeus se identificam também através dos seus sobrenomes). E seria graças a isso que o povo judeu e sua cultura sobrevivem até hoje.

Em resumo, o que parece é que está faltando um termo abrangente que consolide em uma única palavra todas essas características, de modo a que o mundo possa entender melhor o que realmente é o judaísmo, pois essa palavra não expressa corretamente o seu propósito ou conteúdo.
Cláudio Barros


BRASIL E EXCLUSÃO SOCIAL

O Brasil caminha, cada vez mais, para a exclusão social. A única coisa, em termos sociais, que anda para frente no Brasil é a inversão de valores. O Brasil, ao contrário de outros países, em vez de combater o foco das desigualdades, caminha para um paternalismo e um assistencialismo cujos cofres não suportam. Há que ser combatido o problema com políticas de geração de emprego e educação. Paliativos não resolvem, e isso é fato provado desde os anos 70.
Evandro Barra


FILMES SOBRE O NAZISMO

Nada melhor que o cinema para retratar com imagens os fatos ocorridos nesse período de terror da história da humanidade. Quer relatando fatos reais ou apresentando enredos fictícios mas ambientados no período de guerra, o cinema possibilita, através da razão e emoção, uma análise da insensatez humana e do perigo de não estar atento para as manifestações sociopolíticas.
José Amaury Fereira

CINEMA EUROPEU

É muito importante essa consciência dos europeus em dar maior importância a seu cinema. O lixo hollywoodiano fez um grande estrago na cultura. É preciso reverter esse quadro a médio e longo prazo.
Acho que Wim Venders tem uma linguagem cinematográfica de vanguarda um pouco difícil de ser entendida. Considero o Werner Herzog mais fácil para quem não tem uma cultura tão profunda.
Ariovaldo L. Lucas

DUPLA NACIONALIDADE

Sinceramente, não sou a favor da dupla, nem da tripla ou x-tupla nacionalidade, seja quem for, ou de que país de origem for. Se optamos em adotar uma nova nação-lar, seremos naturalmente compelidos a deixar o país de origem para trás e abraçarmos gradativa e inteiramente nossa nova casa com todos os seus trejeitos. Tem muita gente que coleciona passaportes. Onde está a legitimidade patriótica desse pessoal? Nacionalidade envolve muito mais do que compromissos fiscais ou comerciais. Por isso, creio, antes de alguém se aventurar a migrar para outro país, certifique-se de que isso faça parte de sua vocação e que terá reais condições de se tornar definitivamente um cidadão por inteiro, e não parte de um povo "multipátria" e ao mesmo tempo "de pátria nenhuma".
Cláudio Barros

PARTIDOS ALEMÃES

Se eu pudesse ser cidadão alemão, eu me filiaria, militaria e votaria ou no WASG ou no Partido de Esquerda (ex-PDS), pois o SPD não tem mais aquela característica social-democrata de 1896 e nem da época de Willy Brandt; foi cooptado pelo neoliberalismo, e a aliança CDU/CSU é o mais de conservador na política alemã, tal a parceria de Angela Merkel com Bush e tal a política reacionária de Merkel de retirar direitos dos trabalhadores da Alemanha. A camarilha do SPD junto com Angela Merkel mais parece o PSDB/PFL brasileiros...
Leandro Ramos Benfatti

MULHERES: CRECHE OU FOGÃO

Infelizmente, não conheço a fundo o problema na Alemanha, para fazer uma sugestão mais específica. Para mim, a solução para seduzir mulheres esclarecidas, com nível educacional elevado e com esperanças de ascensão profissional, a abdicarem de seu tempo para serem mães é: empregabilidade garantida, programas corporativos voltados para o apoio das profissionais mães (por ex: creche dentro do trabalho, palestras sobre como conciliar trabalho e filhos, programa de montagem de home-office para casos que fossem viáveis etc) e horários de trabalho flexíveis. Só oferecer dinheiro extra para quem optar pela maternidade não é atrativo para mulheres que ganham, por exemplo, acima de 2 mil euros.
Que história é essa de que a mãe tem que ficar exclusivamente com os filhos até os 3 anos? É cientificamente comprovado (Winicott escreveu inúmeros livros sobre isso) que a criança, a partir de 1 ano, precisa adquirir independência da mãe. É social e psicologicamente saudável para a criança freqüentar uma creche a partir de 1ano, onde ela poderá ter uma alimentação balanceada, preparada por nutricionistas, onde poderá contar com o apoio de profissionais em puericultura, psicomotricidade, fonoaudiologia, psicologia, pedagogia, educação física e lingüística.

Se as alemãs pensam diferente, o governo deve imediatamente começar uma campanha de incentivo. Se as creches na Alemanha não são boas, deve-se investir no aprimoramento das mesmas (aqui no Rio, uma creche privada para classe média custa, em média, R$ 2 mil de mensalidade e dá direito a tudo isso – até shantala em bebês, baby class de balé e capoeira). Coitada dessa mãe infeliz e dessa criança mais infeliz ainda que são privadas de tantos avanços no campo educacional com esta mentalidade atrasada!
Marcia Caetano