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Juiz vai comandar governo interino da Grécia

16 de maio de 2012

Panagiotis Pikrammenos, chefe da mais alta corte administrativa, vai liderar nas próximas semanas o governo de transição. A principal tarefa dele é preparar as novas eleições, marcadas para 17 de junho.

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Foto: Reuters

O juiz Panagiotis Pikrammenos, chefe do Conselho de Estado (mais alta corte administrativa grega) deverá guiar o país nas próximas quatro semanas como líder do governo interino, segundo um acordo fechado nesta quarta-feira (16/05) entre os líderes partidários gregos durante uma reunião com o presidente Karolos Papoulias.

Pikrammenos tem como principal tarefa preparar as eleições parlamentares, que foram marcadas para 17 de junho pelos participantes da reunião.

De acordo com a Constituição, ele não terá muito poder, sendo responsável sobretudo pelo bom andamento do processo eleitoral e só podendo mobilizar o aparato do Estado em caso de emergência. Ele não poderá adotar novas leis nem fechar acordos internacionais vinculativos. Com isso, o país, ameaçado de bancarrota, deverá ficar paralisado durante as próximas semanas.

Pikrammenos nasceu em 1945 em Atenas e visitou a escola alemã na capital grega. Depois, estudou direito em Atenas e trabalhou em Londres. Mais tarde, continuou seus estudos em Paris. Ele é considerado especialista em direito naval. Desde 1976 trabalha no Conselho de Estado, do qual é presidente desde 2009.

Parlamento toma posse e se dissolve em seguida

O Parlamento eleito dia 6 de maio deve se reunir formalmente nesta quinta-feira, para empossar os novos deputados e eleger um novo presidente. Este vai então dissolver o Parlamento, provavelmente na sexta ou no sábado, pois não houve acordo entre os partidos para a formação de uma coalizão de governo.

Se os partidos radicais, que rejeitam os programas de austeridade do atual governo, conseguirem crescer nas próximas eleições, o Estado pode parar de receber ajuda internacional e, consequentemente, entrar em falência. Além disso, existe a ameaça de saída da zona do euro.

Nas eleições de 6 de maio, a Coalizão da Esquerda Radical saiu como segundo maior partido e, conforme as últimas sondagens, pode passar a primeira força parlamentar nas próximas eleições. A agremiação quer suspender as medidas de austeridade. O presidente Papoulias advertiu na terça-feira que junho pode se tornar um mês "da tragédia". Sem ajuda internacional, o país pode falir no final de junho.

Gregos sacam milhões de bancos

De acordo com as últimas sondagens, os opositores do programa de austeridade devem vencer as eleições. Conforme pesquisa do instituto VPRC, a Coalizão da Esquerda Radical poderá obter cerca de 20% dos votos, saindo como partido mais forte, uma colocação particularmente importante, porque o vencedor da eleição recebe 50 assentos adicionais no Parlamento.

Os defensores das medidas de austeridade perderam ainda mais na preferência dos eleitores. A enquete indica que os partidos Nova Democracia e Pasok obteriam, juntos, apenas um quarto dos votos.

A incerteza afeta as bolsas de valores e provoca uma fuga para o dólar e para títulos do governo alemão. Segundo o presidente grego, até a segunda-feira cerca de 800 milhões de euros foram sacados dos bancos na Grécia.

MD/dpa/afp
Revisão: Alexandre Schossler