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Klinsmann e Pekerman, um tira-teima para o clássico em Berlim

Emilia Rojas Sasse (gf)29 de junho de 2006

O que têm em comum os treinadores de Alemanha e Argentina além do fato de ambos mergulharem de cabeça na partida decisiva desta sexta-feira, na capital alemã?

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Duelo reedita finais de 86 e 90Foto: Montage AP/DW

Dúvidas e mais dúvidas rondam a cabeça do treinador durante a preparação de sua equipe para uma Copa do Mundo e, mais ainda, quando se vive a expectativa de levá-la ao tão sonhado título.

A frase se encaixaria perfeitamente nos perfis de Jürgen Klinsmann e Jose Pekerman que, na beira do gramado, são protagonistas de um "confronto de final" entre Alemanha e Argentina, nesta sexta-feira, em Berlim, pelas quartas-de-final.

Nem o alemão nem o argentino eram as primeiras opções das autoridades de suas respectivas federações de futebol no momento da busca por um treinador. E, agora, ambos estão prestigiados e gozam da admiração geral de suas torcidas depois do bom desempenho na fase de grupos e nas oitavas-de-final.

Os treinadores da Alemanha e da Argentina têm também em comum o fato de terem optado por dar às suas equipes um estilo de jogo mais atraente em relação àquele que visa exclusivamente o resultado, como muitos desta Copa, privilegiando a força física e a defesa sólida.

No caso de Pekerman, foi ele o maior responsável por levar de volta à Argentina as jogadas de belos passes e técnica refinada que encanta os torcedores. E deixou de lado, por exemplo, a intenção de seu antecessor Marcelo Bielsa de dar ao futebol argentino um caráter mais "europeu".

Klinsmann, por sua vez, revolucionou o futebol alemão. E parte desta mudança consistiu em recolocar na cabeça de seus atletas o jogo ofensivo que não se conforma com marcadores mesquinhos e que luta para marcar gols.

Sob sua direção, os alemães parecem ter recuperado o gosto pelo jogo e se aventuram até a área adversária, mesmo oferecendo aos adversários chances de contra-ataques. Isso, sem dúvidas, rendeu ao time problemas defensivos que foram muito criticados, e brevemente solucionados.

Dois caminhos, uma meta

As coincidências terminam por aqui. Porque as trajetórias de Klinsmann e Pekerman diferem um muitos aspectos. Depois de ter aprendido o ofício de padeiro e confeiteiro, o técnico alemão fez carreira nos campos de futebol tornando-se um ídolo também com a camisa de seu país.

E em sua experiência como artilheiro baseou-se a confiança para o desafio nesta Copa do Mundo. O argentino, por outro lado, foi taxista antes de tentar carreira como jogador de futebol, mas sem grandes êxito.

A sua sorte mudou quando assumiu a direção das seleções juvenis argentinas, onde conquistou títulos e glórias.

Destas sementes surgiram grandes figuras da atual geração argentina, como os reconhecidos "Pekerboys" Sorín e Cambiasso. Pekerman conhece todos os destalhes de seus atletas e os dirigiu passo a passo rumo ao estrelato.

Klinsmann, ao contrário, não tinha experiência como treinador. Apenas um curto aprendizado. Mas levou confiança à equipe e convenceu a todos da eficiência de seus métodos, mesmo que, por exemplo, tenha recorrido a uma equipe norte-americana de condicionamento físico para testar os seus jogadores.

Agora, Pekerman e Klinsmann se preparam para o grande confronto. E, mais uma vez, os seus caminhos voltam a coincidir com o objetivo de atingir a semifinal. Para o alemão, isso implica também em contagiar os seus atletas com um otimismo pouco característico da alma alemã. Para o argentino, o desafio psicológico consiste, ao contrário, em garantir que seus jovens mantenham os pés no chão.