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Kohl critica política migratória de Merkel

16 de abril de 2016

Ex-chanceler alemão condena recentes decisões favoráveis ao afluxo de refugiados, alinhando-se com o conservador húngaro Viktor Orbán, um dos mais severos críticos da atual chefe de governo na UE.

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Ex-premiê da Alemanha, Helmut Kohl
Ex-premiê da Alemanha, Helmut KohlFoto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

No prefácio à edição húngara de seu livro Aus Sorge um Europa (Preocupação com a Europa, em tradução livre), o ex-chanceler federal alemão Helmut Kohl alerta contra uma sobrecarga da União Europeia no acolhimento de refugiados.

"A solução está nas regiões atingidas. Ela não se encontra na Europa. A Europa não tem como se transformar numa nova pátria para milhões de pessoas necessitadas de todo o mundo", reproduz o jornal berlinense Tagesspiegel neste sábado (16/04).

Na próxima terça-feira (19/04), o político democrata-cristão se encontrará com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, nacional-conservador e um dos mais severos críticos à política para refugiados da chanceler federal alemã, Angela Merkel.

Angela Merkel (dir.) no 60º aniversário do então chanceler federal Helmut Kohl
A pupila e seu tutor: Angela Merkel (dir.) no 60º aniversário do então chanceler federal Helmut KohlFoto: Reuters

Sem mencionar nominalmente sua sucessora e antiga pupila política na União Democrata Cristã (CDU), Kohl também condena no prefácio esse aspecto da política de Merkel. Ele questiona a decisão da premiê, em setembro de 2015, de convidar os refugiados estacionados na Hungria a seguirem viagem até a Alemanha.

"Decisões solitárias, por mais justificadas que pareçam ao indivíduo, e iniciativas nacionais isoladas devem fazer parte do passado", observa, aludindo ao fato de, na época, Merkel não ter discutido sua resolução com os parceiros na UE.

"Sei que estou de acordo com o meu amigo Viktor Orbán" em questões relativas à Europa, enfatiza o político de 86 anos, que foi chefe de governo da Alemanha entre 1982 e 1998. As antes estreitas relações entre os dois se deterioraram a partir do escândalo de doações na CDU (1999-2002), quando Merkel se distanciou incondicionalmente do ex-mentor.

Comentando o planejado encontro entre os políticos conservadores alemão e húngaro, o encarregado da CDU para política europeia, Elmar Brok, declarou ao jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung:

"Orbán ainda tem muito a aprender com Helmut Kohl. Sobretudo que a UE só prosperará se os Estados dividirem as cargas de forma justa, e se fortalecerem as instituições da comunidade."

AV/kna/afp/fas/dpa