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Líderes europeus definem plano para conter migração

3 de fevereiro de 2017

Em encontro em Malta, representantes da UE chegam a acordo sobre medidas de apoio às autoridades Líbias para impedir que migrantes cruzem Mediterrâneo. Políticos criticam ações de Trump.

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Líderes da UE reunidos em Malta
Líderes da UE reunidos em MaltaFoto: Reuters/Y. Herman

Líderes europeus aprovaram nesta sexta-feira (03/02) um pacote de dez medidas para reduzir o fluxo de migrantes no Mar Mediterrâneo com destino à Europa e criticaram recentes ações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Reunidos em Malta, representantes dos 28 países-membros da União Europeia (UE) decidiram aumentar o apoio fornecido às autoridade e à guarda costeira da Líbia para deter barcos de migrantes em seu litoral e erguer campos de refugiados no país. A UE também vai apoiar processos de repatriação voluntária para refugiados que pretendem retornar aos seus países de origem.

No ano passado, 180 mil pessoas alcançaram a Europa passando pelo Norte da África. Cerca de 4.500 não sobreviveram à jornada. A Líbia, abalada por uma guerra civil, é o principal país de trânsito.

"A situação para o migrantes é dramática na Líbia", declarou a chanceler federal alemã, Angela Merkel. "Precisamos de uma solução política para uma Líbia estável."

Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, e seu homólogo líbio, Fayez al-Sarraj, assinaram um acordo para combater a migração ilegal no Mediterrâneo.

Críticas a Trump

Apesar do anúncio do pacote de medidas, recentes ações de Trump dominaram a primeira parte da conferência da UE. O presidente americano demonstrou apoio ao Brexit (saída do Reino Unido da UE), prevendo que outros países também vão deixar o bloco europeu. Ele também afirmou que a Otan é "obsoleta".

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou que o governo Trump não compreende o bloco europeu. "Às vezes tenho a impressão de que o novo governo não conhece a UE em detalhes, mas na Europa detalhes importam", disse.

Segundo o presidente francês, François Hollande, a pressão exercida por Trump sobre o que a UE deve ou não fazer é "inaceitável". "O que está em jogo é o destino da UE", disse em referência ao apoio a Trump demonstrado pela Polônia e Hungria.

Merkel disse que a Europa tem que prosseguir com seus planos. "A Europa tem seu destino nas próprias mãos. Acredito que quanto mais deixarmos claro como definimos nosso papel no mundo, melhor poderemos cuidar das nossas relações transatlânticas", disse.

O chanceler austríaco, Christian Kern, criticou o veto migratório imposto por Trump a refugiados e cidadãos de sete países de origem muçulmana, classificando-o como "extremamente problemático".

"Nós deveríamos ganhá-los [migrantes muçulmanos] na luta contra o radicalismo e não defini-los como adversários", destacou. "Não há dúvidas de que os EUA têm responsabilidade compartilhada pela onda de refugiados devido a intervenções militares."

KG/afp/ap