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"La La Land", uma ode aos musicais

Joachim Kürten ca
11 de janeiro de 2017

Premiado com sete Globos de Ouro, o filme de Damien Chazelle consegue tanto ser um musical moderno quanto uma homenagem aos clássicos do gênero – europeus e de Hollywood.

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Emma Stone e Ryan Gosling dançam em "La La Land – Cantando Estações"Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Robinette

Quem for ao cinema assistir a La La Land – Cantando estações logo vai pensar nos grandes musicais americanos. Em particular, na sequência de abertura, quando as autoestradas abarrotadas nos arredores de Los Angeles aparecem na tela e, entre centenas de carros engarrafados, o espectador vê um homem e uma mulher descendo de seus volantes para cantar e dançar entre os automóveis. A sensação é que se foi catapultado para a década de 1950, para a época de ouro dos musicais americanos.

Vêm à mente os grandes clássicos: Um americano em Paris ou Cantando na chuva e, naturalmente, Amor, sublime amor. No entanto, quanto mais a trama do filme avança, outra grande inspiração cinematográfica aparece em primeiro plano: o diretor francês Jacques Demy e seu formato de musical europeu.

Film "La la Land"
Cena do filme de Damien Chazelle: em vez de dispendiosas coreografias, diretor aposta na formação das personagensFoto: picture-alliance/PictureLux/The Hollywood Archive

Em La La Land, as apresentações de música e dança são empregadas com moderação; com exceção da sequência inicial, as cenas não são dominadas por coreografias de massa, muitas vezes são somente os dois protagonistas que dançam e cantam.

Demy (1931-1990) foi um lobo solitário entre os diretores franceses da Nouvelle Vague, movimento vanguardista dos anos 1960, porque ele foi o único a se ocupar de forma consequente com o gênero musical. Naquela década, ele rodou filmes como Os guarda-chuvas do amor ou Duas garotas românticas, em que narra histórias amorosas interpretadas por atores cantando diante das câmeras.

Uma característica marcante desses filmes foi principalmente uma forte melancolia. Demy apostava menos em dispendiosas coreografias, figurinos e efeitos espetaculares de luz e som e mais na formação de suas personagens e na interação entre estética e história.

Por esse motivo, La La Land – Cantando estações remonta mais aos musicais de Jacques Demy do que aos filmes hollywoodianos do gênero.

"Não há ninguém que tenha influenciado mais este filme ou tudo que já fiz ou ainda vou fazer do que Jacques Demy", disse o diretor do filme, Damien Chazelle: "Os guarda-chuvas do amor é o filme mais perfeito que conheço; eu o adoro acima de tudo."

Estrelado por Ryan Gosling e Emma Stone, La La Land – Cantando estações poderá ser visto antecipadamente a partir desta quinta-feira (12/01) em algumas redes brasileiras de cinema. A estreia oficial está programada para o próximo dia 19.