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Libanês capturado não pertence ao Al Qaeda

Alessandra Andrade7 de janeiro de 2002

Polícia mobilizou cem homens para capturar suposto terrorista. O suspeito de 27 anos de idade não passa de criminoso comum, ligado a casos de lesões corporais e roubo.

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Hotel Dorint, em MönchengladbachFoto: AP

Libanês preso na noite de sábado, no oeste da Alemanha, "não possui qualquer ligação com o grupo terrorista Al Qaeda". A afirmação foi feita por Georg Schubert, responsável pelas investigações, que declarou que o homem capturado, não passa de um criminoso comum. As suspeitas de seu relacionamento com o grupo extremista surgiram de um aviso de um órgão estrangeiro ao Departamento de Polícia Federal da Alemanha.

A polícia organizou uma mega-operação, com cem policiais, para capturar o libanês que se hospedava desde sábado no hotel Dorint, em Mönchengladbach. O homem de 27 anos portava um passaporte italiano falso e se apresentava com o nome de Mario Bertoldi. Ele não ofereceu resistência, nem estava armado. Junto aos seus pertences, foram encontradas uma carteira de motorista falsificada e uma grande quantia de dinheiro, em notas de euro, marco e franco suíço.

Segundo informações da polícia de Wiesbaden, o libanês já foi preso anteriormente por lesão corporal e roubo. O criminoso, que vive na Alemanha desde 1992, continua detido pela polícia e deverá responder pelo crime de porte de documentos falsos.

Mega-operação —

No último sábado, o Departamento de Polícia Federal foi informado por telefone que três pessoas relacionadas ao Al Qaeda iriam se hospedar em um hotel no centro de Mönchengladbach. Entre os suspeitos, estava Mario Bertoli. "Nós recebemos um aviso de que essas pessoas iriam planejar ou cometer uma ação criminosa", relata Jürgen Möller, que participou da investigação.

Às 19 horas da noite de sábado, a polícia de Mönchengladbach decidiu enviar uma operação especial para capturar o criminoso, que supostamente estaria armado e portando explosivos. Por volta das 23 horas, o hotel quatro estrelas, que tinha 50 hóspedes, foi totalmente cercado e teve uma de suas alas evacuada por suspeita de bomba. Os outros dois suspeitos ainda estão sendo procurados pela Polícia.

Efeitos do 11 de setembro —

Desde o ataque terrorista ao World Trade Center e ao Pentágono nos Estados Unidos, a Polícia Federal da Alemanha registrou mais de 20 mil denúncias sobre pessoas suspeitas de ligação ao grupo Al Qaeda. As atenções se voltaram à Alemanha, quando se descobriu que alguns dos envolvidos no atentado do dia 11 de setembro viveram durante muito tempo em Hamburgo, sem levantar qualquer suspeita.

Bremen —

As suspeitas da ação de fundamentalistas islâmicos em Bremen, que foram divulgadas pela revista Focus, também caíram por terra. Segundo o semanário, voluntários estariam sendo recrutados, em uma espécie de agência de viagens do terrorismo, para ir à guerra no Afeganistão. Em resposta à denúncia, os apartamentos de um libanês e de um tunisiano foram revistados pela polícia, mas nenhuma prova concreta foi encontrada.