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Líbano tem primeira votação parlamentar em nove anos

6 de maio de 2018

Pleito ocorre em meio a instabilidade política e econômica agravada pela guerra na Síria. Cidadãos votam sob uma nova lei eleitoral, que estabelece um sistema proporcional, mas mantém a divisão em função da religião.

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Foto do presidente libanês, Saad Hariri, sobre a do líder do Hisbolá, Hassan Nasrallah
Foto do presidente libanês, Saad Hariri, sobre a do líder do Hisbolá, Hassan Nasrallah, em cartazes eleitorais no LíbanoFoto: Reuters/A. Taher

Cerca de 3,5 milhões de libaneses foram convocados às urnas neste domingo (06/05) para votar nas primeiras eleições parlamentares do país em nove anos.

Os cidadãos devem escolher 128 deputados entre os 700 candidatos sob uma nova lei eleitoral, aprovada em 2017, que estabelece um sistema proporcional, mas mantém a divisão do eleitorado em função da sua religião.

As últimas eleições ocorreram em 2009, e o mandato dos deputados deveria ter terminado em 2013. Entretanto, este foi prorrogado em 2013, 2014 e 2017, sob justificativas ligadas a questões de segurança relacionadas com a guerra na vizinha Síria.

O sistema político libanês distribui o poder entre as diferentes comunidades religiosas do país e os principais partidos são liderados por dinastias políticas.

Os analistas não esperam grandes mudanças na configuração do Parlamento, hoje controlado pelo grupo xiita Hisbolá; o sunita Corrente do Futuro e o cristão Corrente Patriótica Livre, do presidente Michel Aoun, as três principais forças deste sistema, que divide cotas entre as diferentes confissões religiosas.

Pela primeira vez, o pleito acontece sob o sistema proporcional e com voto preferencial sob supervisão, entre outros, da União Europeia.

As eleições legislativas deverão completar um processo de estabilização num país que esteve mais de dois anos sem presidente (de 2014 a 2016) e cujo governo foi desfeito duas vezes devido a crises políticas na última década (em 2011 e 2013).

A principal competição será entre duas coligações, uma liderada pelo movimento xiita Hisbolá (apoiado pelo Irã) e a outra pelo primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, um aliado do Ocidente e que possui também cidadania saudita.

Apesar da rivalidade, o Movimento Futuro, de Hariri, e o Hisbolá são parceiros no governo de unidade nacional e provavelmente integrarão o Executivo formado após as eleições.

No entanto, vários especialistas chamaram a atenção para o fato de a nova lei eleitoral poder atenuar essa bipolaridade da paisagem política, e há quem admita a possibilidade de alguns partidos independentes ou minoritários conseguirem conquistar um lugar no Parlamento.

A instabilidade política juntamente com a difícil situação econômica do Líbano, agravada com a guerra civil na Síria e a chegada de um milhão e meio de refugiados do país vizinho, levaram ao limite a infraestrutura do país e o obrigaram a pedir ajuda internacional.

O Banco Mundial calcula no seu último relatório que o crescimento do Líbano este ano será inferior a 2,2%, cerca de um ponto percentual a menos que o da região do Oriente Médio e do Norte de África.

Segundo o jornal libanês L'Orient le Jour, os resultados do escrutínio serão anunciados oficialmente na segunda-feira.

MD/efe/lusa

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