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Maduro anuncia exercício militar na Venezuela

15 de agosto de 2017

Operação de dois dias é resposta à declaração de Donald Trump sobre possibilidade de intervenção no país latino-americano. Presidente venezuelano diz que advertência dos EUA é desproporcional e grosseira.

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Maduro convoca exercício militar na Venezuela
Maduro convoca exercício militar na VenezuelaFoto: Reuters/U. Marcelino

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (14/08) um exercício das Forças Armadas venezuelanas em resposta à declaração do seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a possibilidade de o governo americano intervir militarmente no país latino-americano.

Segundo Maduro, as Forças Armadas coordenarão um exercício nos dias 26 e 27 de agosto que faz parte do plano de defesa em todo território venezuelano. O presidente ressaltou que a operação abrangerá "todas as cidades, povos, mares, rios, lagos, campos, bairros, baías e montanhas" do país.

Além de integrantes do exército, da marinha e da aeronáutica, funcionários públicos e membros de milícias foram convocados para o exercício que levará o nome de "Soberania Bolivariana 2017".

"Este povo está decidido a enfrentar os extremistas, supremacistas e racistas dos Estados Unidos; e derrotá-los com a coragem, valentia, e força que nos fazem sermos orgulhoso de sermos venezuelanos", destacou Maduro durante um discurso diante a milhares de chavistas que lhe aplaudiam.

O presidente classificou ainda como "desproporcionais, altissonantes e grosseiras" as advertências de Trump, e assegurou que o povo venezuelano "não se intimida e nem é derrotado por ninguém".

Na sexta-feira, o presidente americano disse que a intervenção militar seria uma opção para a Venezuela. A declaração foi recebida com rechaço por países da região, incluindo Brasil e Colômbia.

Essa não é a primeira vez que Maduro convoca um exercício militar em resposta aos EUA. Em janeiro, uma operação semelhante reuniu 500 mil pessoas, após o governo americano prolongar o decreto emitido em 2015 em que considerava a Venezuela uma "ameaça extraordinária".

O governo Maduro está sob pressão para cancelar o processo que vai redefinir a constituição da Venezuela de 1999. Denunciada pela oposição como o último passo rumo à uma ditadura, a instalação de uma Assembleia Constituinte, eleita sem participação antichavista para mudar a Constituição, foi recebida com ampla condenação internacional.

A Assembleia Constituinte tem poderes para destituir e nomear qualquer autoridade do Estado, modificar leis, e implementar decisões sem a necessidade de passar por nenhum outro poder.

A Venezuela vive uma onda de protestos violentos desde abril, que já causaram mais de 120 mortes, das quais 46 são atribuídas às forças de segurança venezuelanas. O país enfrenta ainda uma grave crise econômica, com milhões de pessoas sofrendo com a escassez de alimentos e medicamentos,  aumento da inflação e profunda recessão.

CN/efe/rtr/dpa