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Manifestantes pró-China entram em choque com estudantes em Hong Kong

4 de outubro de 2014

Autoridades rejeitam acusações de que teriam recorrido a grupos criminosos chineses para atacar manifestantes pró-democracia, que ocupam áreas centrais. Estudantes suspendem diálogo com governo.

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Proteste in Hongkong 04.10.2014
Manifestantes a favor e contra o movimento 'Occupy' enfrentam-se nas ruas de Hong KongFoto: Reuters/C. Barria

O secretário de Segurança de Hong Kong, Lai Tung-kwok, negou neste sábado (04/10) que o governo tenha recorrido a 'tríades', associações criminosas chinesas, para atacar manifestantes pró-democracia, respondendo a acusações de que infratores contratados invadiram os locais dos protestos para instigar confrontos violentos.

"Disseram que o governo fechou os olhos às organizações criminosas ou mesmo que chegou a colaborar com elas. Essas acusações foram inventadas e são completamente exageradas", afirmou Lai em entrevista coletiva.

Provocações e confrontos envolvendo cerca de mil manifestantes, entre apoiadores do governo e opositores, começaram na sexta-feira em duas das mais movimentadas áreas comerciais de Hong Kong – Causeway Bay e Mong Kok. Os embates continuaram neste sábado. Pelo menos 18 pessoas ficaram feridas. Segundo a polícia, 19 homens suspeitos de terem atacado os manifestantes foram detidos, sendo que oito deles podem ter ligação com o crime organizado.

Manifestantes pró-democracia, a maioria estudantes, acusam a polícia de não intervir a fim de parar a fúria dos grupos que os atacaram. Logo após os choques, eles anunciaram que interromperam o diálogo com o governo local.

"Não tivemos outra opção senão romper o diálogo, depois que o governo e a polícia permitiram atos violentos por elementos de associações criminosas contra manifestantes pacíficos do movimento 'Occupy'", declarou a Federação dos Estudantes de Hong Kong.

Proteste in Hongkong 04.10.2014
Segundo a polícia, 19 pessoas foram detidas, suspeitas de terem atacado os estudantesFoto: Reuters/C. Barria

Os estudantes haviam dado um ultimato ao chefe do Executivo local, Leung Chun-ying, para que ele renunciasse até a meia-noite da quinta-feira. Pouco antes de terminar o prazo, Leung afirmou que não deixará o cargo, mas sugeriu o início de um diálogo, que agora fica comprometido.

Testemunhas citadas pela agência de notícias AFP afirmaram ainda que assédio e agressões sexuais ocorreram em diversos locais da cidade, considerada uma das mais seguras do mundo. A Anistia Internacional acusou a polícia de Hong Kong de "falhar no seu dever" de proteger os manifestantes da violência.

"Sonhando" com uma mudança

Os estudantes reivindicam o livre direito a escolher qualquer candidato nas eleições para chefe do Executivo de Hong Kong em 2017. No dia 31 de agosto, o governo chinês decidiu que os aspirantes ao cargo vão precisar do apoio de mais de metade dos integrantes de um comitê de nomeação para concorrer à eleição, e que apenas dois ou três serão selecionados.

A China acusa os manifestantes de desestabilizarem Hong Kong e de "estarem sonhando" com uma perspectiva de mudança, num editorial publicado hoje no Diário do Povo, jornal do órgão central do Partido Comunista chinês.

MSB/lusa/dpa/afp