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Esporte

Marco Reus – breve história de uma volta por cima

6 de novembro de 2018

Após uma série de lesões, "Woodynho" renasceu para o futebol e já está há oito meses jogando sem sofrer uma contusão grave. Consequência? O Borussia Dortmund está invicto na atual temporada - em todas as competições.

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Marco Reus comemora após fazer o gol da vitória do Dortmund sobre o Wolfsburg no fim de semana
Marco Reus comemora após fazer o gol da vitória do Dortmund sobre o Wolfsburg no fim de semanaFoto: Reuters/F. Bimmer

A via dolorosa de Marco Reus começou em maio de 2014. A Alemanha se preparava para a Copa do Mundo no Brasil e, como presente de despedida para a torcida alemã, foi a campo jogar amistosamente com a Armênia. Venceu por 6 a 1, mas pagou um preço altíssimo. "Woodynho", como é conhecido pelos fãs do jogador, sofreu grave contusão durante a partida e foi cortado do elenco às vésperas do embarque da Nationalelf para a Bahia. Na época, Reus era considerado o maior talento do futebol alemão e estava no ponto, física e tecnicamente, para disputar sua primeira Copa.

A partir daí o talentoso meio campista ofensivo sofreu sucessivas lesões, que o impediram de ter uma sequência de jogos tanto no Borussia Dortmund quanto na própria seleção. Em 2015 parecia estar em boa forma física, mas mais uma vez foi perseguido pela má sorte. Uma inflamação recorrente na virilha o impediu de jogar na Eurocopa 2016.

As duas temporadas subsequentes foram um verdadeiro martírio. Na campanha 2017/2018 da Bundesliga, por exemplo, disputou apenas 11 jogos (7 gols) com a camisa auri-negra. Praticamente não jogou o primeiro turno e só voltou em fevereiro de 2018.

Desde então, para a alegria do seu fã clube e dos amantes do jogo bonito, vem atuando regularmente pelo Borussia Dortmund. Já está há oito meses sem sofrer uma contusão grave. É a primeira vez desde 2012 que atua há tanto tempo sem se lesionar.

É verdade que não deu sorte na Copa da Rússia por conta do naufrágio geral dos comandados de Joachim Löw e é bem provável que na Euro 2020 terá sua última chance de brilhar num grande torneio de seleções. Estará com 31 anos e, se estiver bem fisicamente, poderá enfim brilhar com a camisa da tetracampeã mundial e tricampeã europeia.

Neste ano de 2018, pelo menos no Borussia, veio a grande virada para Reus, que está com tudo e não quer prosa. O time auri-negro continua invicto, e isto em todas as competições. (Obs.: a coluna foi escrita antes da partida com o Atletico em Madri).

Na Bundesliga, são sete vitórias e três empates, 30 gols marcados e 10 sofridos. Reus teve participação direta e indireta em 33% dos gols. Anotou seis e serviu de garçom em cinco.

Na Copa da Alemanha foram duas vitórias difíceis sobre Greuther Fürth (2 a 1) e Union Berlin (3 a 2). Ambas as partidas foram decididas na prorrogação e, do total de cinco gols, Reus participou de três: marcou dois e deu assistência para outro.

E na Liga dos Campeões? Até agora são três jogos e três vitórias. Ao todo foram oito gols marcados e nenhum sofrido. Nestes jogos, Reus teve uma participação mais modesta: um gol e uma assistência.

Seja como for, dos 43 gols marcados pelo Borussia Dortmund, o capitão auri-negro teve participação em 14 (33%). É uma marca invejável para quem, na opinião dos céticos, já estava acabado para o futebol por conta de suas inúmeras lesões.

O seu técnico Lucien Favre entende que Marco Reus está na melhor forma de sua vida, em todos os sentidos. Esta foi apenas uma das razões pelas quais o treinador suíço o promoveu a capitão do time no lugar do ex-eterno Marcel Schmelzer. Teve outras.

Como por exemplo, o apoio unânime que recebe dos seus companheiros. Quem alguma vez na vida já jogou num time de futebol semana sim e outra também, sabe perfeitamente a importância de um vestiário unido e como esta união se reflete em campo. Não que tudo seja um mar de rosas. Problemas quando surgem são discutidos abertamente e resolvidos na hora.

Reus se impõe também pelas suas competências, especialmente aquelas que o futebol moderno exige. Ele reúne velocidade com empenho (faz em média 11 km por jogo), é tecnicamente brilhante e taticamente beira à perfeição. Tudo isto sem contar sua extraordinária agilidade mental na leitura e interpretação daquilo que está rolando em campo.

Lucien Favre, um estrategista por excelência, que não é bobo nem nada, e que já tinha trabalhado com Marco Reus no Borussia M’Gladbach em 2011 e 2012, não tem dúvidas: 'Conheço Marco, sei do que ele é capaz e conto com ele para liderar o time, dentro e fora de campo".

Este voto de confiança do seu técnico logo no começo da temporada, promovendo o jogador a capitão do elenco, deu a Marco Reus o impulso que talvez estivesse faltando para que ele pudesse deslanchar e explorar todo o seu potencial.

No próximo fim de semana, os auri-negros vão confiantes para o "Klassiker" contra o Bayern e contam com a liderança de "Woodynho" para levá-los ao triunfo diante do arquirrival.  

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Gerd Wenzel começou no jornalismo esportivo em 1991 na TV Cultura de São Paulo, quando pela primeira vez foi exibida a Bundesliga no Brasil. Desde 2002, atua nos canais ESPN como especialista em futebol alemão. Semanalmente, às quintas, produz o Podcast "Bundesliga no Ar". A coluna Halbzeit sai às terças. Siga-o no Twitter, Facebook e no site Bundesliga.com.br

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