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May pede que EUA tenham cautela com Putin

27 de janeiro de 2017

Antes de encontro com Trump, premiê britânica reconhece necessidade de trabalhar junto à Rússia, mas diz que aproximação deve ser feita com cuidado. Líder destaca responsabilidade americana no cenário internacional.

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Theresa May
Theresa May será a primeira líder estrangeira a se reunir com Trump após posseFoto: Picture-Alliance/dpa/S. Rousseau

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, classificou nesta quinta-feira (26/01) o novo presidente dos EUA, Donald Trump, de amigo e aliado, mas o alertou para que não vire as costas para instituições globais e valores políticos de longa data. Ela também pediu cautela em relação ao presidente russo, Vladimir Putin.

Em sua primeira visita aos Estados Unidos como premiê, May disse que o início do mandato de Trump é uma "nova era de renovação americana". Ela voou para a Filadélfia um dia antes de se reunir com Trump na Casa Branca. Este será o primeiro encontro do presidente americano com um líder estrangeiro desde que assumiu o cargo, na última sexta-feira.

A primeira-ministra britânica reconheceu a necessidade de se trabalhar junto à Rússia para encerrar a guerra na Síria, mas afirmou que a aproximação entre o Ocidente e o presidente russo, Vladimir Putin, deve ser "engajada, mas cautelosa", recebendo aplausos de legisladores republicanos.

May também falou sobre a "influência maligna" do Irã, mas elogiou o acordo internacional que limitou o programa nuclear do país. Ela reconheceu os temores em relação à ascensão da China, afirmando, porém, que o crescimento de economias asiáticas é "enormemente bem-vindo". O medo de um "eclipse do Ocidente" não vai se materializar se os EUA e o Reino Unido se unirem, disse.

"Liderar juntos"

Ao discursar para legisladores do Partido Republicano, May reiterou que os EUA e o Reino Unido têm uma "relação especial". Ela afirmou que com a saída dos britânicos da União Europeia (UE), ambos os países podem "liderar juntos novamente" no mundo, assim como fizeram ao estabelecer a ONU, a Otan e outras organizações internacionais.

Apesar de reconhecer a necessidade de reformas nessas instituições, criticadas por Trump, May afirmou que elas são vitais para encorajar a cooperação em relação a ameaças globais, como o terrorismo e as mudanças climáticas.

"Nós, nossos dois países juntos, temos uma responsabilidade conjunta de liderar. Porque quando alguns avançam no momento em que recuamos, isso é ruim para os EUA, para o Reino Unido e para o mundo", declarou.

May deve aproveitar a visita aos Estados Unidos para dar início a negociações sobre um acordo de livre-comércio entre os dois países, de olho no período pós-Brexit. A saída da UE deve significar que o Reino Unido também abrirá mão do mercado comum europeu e de seus 500 milhões de consumidores.

A premiê britânica elogiou ainda a dedicação de Trump à luta contra o extremismo islâmico, mas rejeitou a proposta do presidente de banir imigrantes muçulmanos, classificando a ideia de "divisiva, estúpida e equivocada". "Deveríamos sempre ser cautelosos para distinguir entre essa ideologia extrema e repleta de ódio e a pacífica religião do islã", disse.

Durante o voo rumo aos EUA, May também condenou o uso de tortura, defendida na véspera por Trump para combater o terrorismo.

LPF/ap/afp/efe