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May sofre nova derrota no Parlamento britânico

14 de fevereiro de 2019

Primeira-ministra é abandonada por deputados de seu próprio partido em consulta sobre sua estratégia de saída da União Europeia. Resultado enfraquece premiê em Bruxelas e aumenta chances de Brexit sem acordo.

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Großbritannien Theresa May, Premierministerin vor Dowing Street 10 in London
May vinha tentando convencer Bruxelas de que é possível aprovar plano se o bloco fizer concessões Foto: Reuters/T. Melville

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, sofreu uma nova derrota no Parlamento britânico, desta vez envolvendo seu plano de renegociar os termos da saída do país da União Europeia (UE). Uma moção de apoio à estratégia de May acabou sendo derrotada por 303 votos contra 258.

Simbólica, a votação desta quinta-feira (14/02) era encarada pela premiê como uma confirmação do apoio dos parlamentares ao seu plano de obter mudanças no acordo com Bruxelas sobre o Brexit.

Após sofrer uma derrota histórica no Parlamento em 15 de janeiro, quando os deputados rejeitaram o acordo alcançando por May com os líderes europeus, a primeira-ministra obteve uma pequena vitória dias depois, em 29 de janeiro. Na ocasião, o Parlamento assegurou apoio a uma emenda que previa eventualmente alterar um dispositivo controverso presente no acordo com a UE.

Na declaração apresentada para votação nesta quinta, o governo pediu que fosse "reiterado o apoio à abordagem para sair da UE expressa a 29 de janeiro", quando foi aprovada uma proposta para negociar alternativas para o chamado dispositivo de backstop.

Conforme negociado entre Londres e Bruxelas, o mecanismo garantiria que a fronteira entre a Irlanda do Norte, um território britânico, e a República da Irlanda, membro da UE, permanecesse aberta caso um novo acordo bilateral de comércio não fosse firmado entre o Reino Unido e o bloco europeu até dezembro de 2020.

A derrota desta quinta-feira não tem o efeito de enterrar definitivamente os planos de May, já que se tratou de uma votação simbólica, mas sinaliza que a primeira-ministra deve encontrar mais dificuldades para arrancar concessões de Bruxelas, já que os europeus devem avaliar que a britânica não está conseguindo assegurar maioria no Parlamento.

May vinha insistindo junto aos líderes da UE que, se eles oferecessem mais concessões – especialmente em relação ao backstop –, seria possível aprovar no Parlamento britânico o acordo firmado em novembro entre as duas partes.

Nesta quinta, a derrota se deveu em parte a rebeldes eurocéticos da própria legenda de May, o Partido Conservador, que acusam a primeira-ministra de estar disposta a descartar um Brexit sem qualquer acordo – o chamado hard Brexit.

Os rebeldes conservadores haviam ficado insatisfeitos com a aprovação de outra emenda consultiva em 29 de janeiro, que havia demonstrado que a maioria do Parlamento rejeitava o hard Brexit.

Vários conservadores eurocéticos decidiram se abster da votação desta quinta-feira, justificando que a saída da UE sem acordo deve continuar entre as opções.

Após a nova derrota de May, o líder trabalhista Jeremy Corbyn considerou que o resultado no Parlamento explicita que a estratégia do governo para o Brexit não tem o apoio de uma maioria dos deputados.  

"O voto de hoje mostra que não existe maioria para a estratégia da primeira-ministra para o Brexit. Mais uma vez, o governo foi derrotado. O governo não pode continuar ignorando o Parlamento ou se aproximar de 29 de março sem um plano coerente", afirmou Corbyn na Câmara dos Comuns. 

Além da moção apresentada por May, o Parlamento também rejeitou  uma proposta do Partido Trabalhista (principal força de oposição a May) que exigia que o governo apresentasse um plano alternativo ao Brexit se não fosse possível aprovar o acordo até 27 de fevereiro.

Também foi rejeitada uma proposta do Partido Nacional da Escócia para adiar o divórcio de Bruxelas para o final de junho – a saída do bloco europeu está prevista para 29 de março.  

O governo deve solicitar um novo debate sobre o Brexit em 26 de fevereiro, que deve ser seguido por uma votação. Mas ainda continua incerto quando deve ocorrer a votação definitiva sobre o plano que o governo vem promovendo para finalmente ratificar um acordo sobre o Brexit que garanta uma saída ordenada em 29 de março. 

JPS/rtr/ots/lusa

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