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Merkel diz que Alemanha ainda tem meses difíceis pela frente

11 de março de 2021

Chanceler federal reforça que moradores não devem esperar retorno rápido à normalidade. País registra aumento de novos casos de covid-19 em uma semana.

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Merkel participa de encontro com trabalhadores voluntarios
Chanceler disse que o cenário irá "melhorar significativamente" no verãoFoto: Tobias Schwarz/AFP/dpa/picture-alliance

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, afirmou nesta quinta-feira (11/03) que os habitantes do país ainda terão pela frente "três ou quatro meses difíceis", com restrições devido à pandemia da covid-19, antes que possam notar uma melhora em suas vidas.

"Há ainda três ou quatro meses difíceis: março, abril, maio, junho", afirmou Merkel em um encontro virtual com trabalhadores voluntários de serviços via telefone que conversam com pessoas que enfrentam dificuldades.

A chanceler disse que, no verão, "as coisas vão melhorar significativamente", mas, no momento, todos os dias são duros. "Podemos ver que todos estão sentindo isso", afirmou.

Merkel disse também que ainda há muita incerteza sobre como será o fim da pandemia. "Estamos agora tentando construir as pontes, mas não sabemos exatamente onde construí-las. Então não podemos ver a margem ainda", afirmou. "Isso é o que faz a pandemia ser tão difícil. Nós não sabemos ainda como ela terminará", disse.

Ela lembrou que, na crise financeira de 2018, estava claro que os governos deveriam garantir que os bancos tivessem liquidez. Com a pandemia, a solução é mais incerta. "Não sei o que mais o vírus fará", disse Merkel, citando dúvidas sobre novas mutações.

Durante a conversa, os voluntários dos serviços de auxílio por telefone relataram ter percebido que, durante a pandemia, ficou mais difícil para as pessoas buscarem ajuda de redes de apoio na sua proximidade, como vizinhos ou colegas de trabalho.

Piora nas infecções

A fala de Merkel é mais um sinal de que os moradores do país não devem ser otimistas sobre um retorno rápido à normalidade, ainda mais em um cenário de aumento de contaminação pela covid-19.

Nesta quinta-feira, a Alemanha registrou 14.356 novos casos de covid-19 em 24 horas, 20% a mais do que há uma semana e maior número desde o início de fevereiro. O número de novos casos de covid-19 por 100 mil habitantes na média diária de sete dias subiu de 65,4 para 69,1 em uma semana. No início de fevereiro, a incidência era de 64,2.

"Temos indicativos muito claros de que a terceira onda já começou na Alemanha. Estou muito preocupado", disse Lothar Wieler, chefe do Instituto Robert Koch (RKI), a autoridade epidemiológica alemã.

Até esta quinta-feira, 5,8 milhões de pessoas haviam recebido ao menos uma dose da vacina na Alemanha, ou 6,92% da população, das quais 2,7 milhões haviam recebido as duas doses. O país tem aplicado os imunizantes desenvolvidos por Oxford-AstraZeneca, Pfizer-BioNTech e Moderna.

Plano de reabertura

A alta da incidência deixa mais distante o esperado relaxamento das restrições. O atual lockdown na Alemanha está em vigor desde 16 de dezembro e foi estendido até o dia 28 de março. Apenas cabeleireiros, floriculturas, livrarias e lojas de jardinagem foram autorizados a reabrir, desde que observadas medidas rígidas de higiene.

Na última semana, Merkel e os governadores dos 16 estados do país chegaram a um acordo sobre como deve ser a reabertura de outros estabelecimentos. O plano de flexibilização tem cinco etapas e depende da incidência de novos casos de covid-19 por área geográfica.

Regiões com incidência inferior a 50 vão poder reabrir museus, zoológicos e galerias, e lojas estarão liberadas para aceitar um determinado número de clientes dependendo da área do estabelecimento.

Se os números continuarem em queda, será permitida a reabertura de restaurantes com áreas externas e instalações esportivas. Cada nova etapa da flexibilização ocorrerá a cada 14 dias, se os números permanecerem em baixa.

bl (ots)