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Merkel cogita ir a Davos

14 de janeiro de 2018

Chanceler esperaria aval para negociações de coalizão de governo para voltar a cenário internacional, indo a Fórum Econômico Mundial. Presença de líder alemã pode servir de contraponto a participação de Trump no evento.

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Canceler alemã, Angela Merkel
Canceler alemã, Angela Merkel, estaria cogitando ida a encontro econômico na SuíçaFoto: Reuters/F. Bensch

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, cogita ir ao Fórum Econômico Mundial em Davos neste mês. Segundo fontes do governo alemão citadas neste domingo (14/01) pela agência de notícias Reuters a líder alemã está considerando participar da reunião de alto nível no resort de esqui suíço.

Entretanto, ela ainda não tomou uma decisão final. Segundo as fontes. Merkel pretende aguardar que o congresso do Partido Social-Democrata (SPD) realizado no próximo fim de semana aprove o início das negociações oficiais para formação de uma coalizão de governo com a União Democrata Cristã (CDU).

Mas parte dos sociais-democratas resiste à ideia de uma nova aliança com os conservadores de Merkel. A ala mais à esquerda do SPD exige melhorias no pré-acordo de coalizão.

O Fórum Econômico Mundial será realizado entre 23 a 26 de janeiro, reunindo cerca de 60 chefes de Estado e governo, além de centenas de executivos de destaque.

Um destaque deverá ser a participação do presidente dos EUA, Donald Trump, que provavelmente discursará no final da conferência.

O evento tem como tema neste ano "Criando um futuro compartilhado em um mundo fraturado". O slogan contrasta com as políticas comerciais, ambientais e de segurança de Trump, consideradas de tendência isolacionista e que são motivos de críticas de aliados tradicionais.

A presença de Merkel e do presidente francês, Emmanuel Macron, podem servir de contraponto a Trump em Davos.

Devido às difíceis conversas para formação do governo em Berlim, era esperado que a chanceler alemã evitasse ir a Davos – pela terceira vez seguida. Agora, a conferência na Suíça pode marcar o retorno de Merkel ao cenário mundial, após ela se ausentar do palco político internacional depois das eleições do Bundestag, no final de Setembro.

Ratificações retardam formação de governo

Para o vice-presidente do SPD, Ralf Stegner, antes de concordar com o acordo, devem ser suprimidos aspectos "sem sentido", ainda que se declare "partidário" de iniciar negociações formais para uma grande coalizão, segundo afirmou ao jornal Die Welt

Às críticas da cúpula do partido se somam mensagens de alerta contra o acordo pactuado pelo líder do SPD, Martin Schulz, das delegações regionais dos sociais-democratas em dois estados alemães.

Em Saxônia-Anhalt, no leste do país, o "não" a outra grande coalizão com Merkel se impôs por um voto (52 contra 51), de acordo com a moção de rejeição defendida pela ala jovem social-democrata, conhecida como Jusos.

Já no estado de Hesse, no oeste, os delegados se pronunciaram a favor de incluir "mudanças" no pré-acordo, apresentado por Schulz e Merkel como um resultado sólido e equilibrado, após uma rodada negociadora de mais de 24 horas.

Os Jusos consideram que o acordo é uma "declaração de quebra" do partido e se mobilizaram para tentar bloqueá-lo no congresso extraordinário do SPD do dia 21, em Bonn.

O pré-acordo deverá receber no congresso a autorização dos 600 delegados do partido para que sejam iniciadas as negociações formais de coalizão. Além disso, caso se consolide um pacto de governo, este deverá superar ainda uma consulta entre os 445 mil militantes da base.

Esta modalidade de ratificação retarda ainda mais a formação do novo governo, três meses e meio após as eleições gerais, de modo que, superados todos os obstáculos, Merkel poderia ser empossada no final de março.

O pré-acordo foi apresentado na sexta-feira ao meio-dia após a intensa rodada negociadora entre Schulz, Merkel e Horst Seehofer, o líder da União Social-Cristã da Baviera (CSU), partido irmanado à União Democrata-Cristã (CDU) da chanceler.

MD/rtr/efe

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