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Merkel defende "ato extraordinário de solidariedade" com UE

27 de junho de 2020

"Nestas circunstâncias, mais acertado é a Alemanha não pensar apenas em si própria", afirma chanceler. Seu país está em condições de fazer novas dívidas para financiar fundo de recuperação da UE no pós-pandemia, diz.

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Angela Merkel
Foto: picture-alliance/dpa/K. Nietfeld

A chanceler federal Angela Merkel afirmou nesta sexta-feira (26/06) que a Alemanha está em condições de fazer novas dívidas para ajudar a financiar o fundo de recuperação da União Europeia, defendendo, assim, a proposta apresentada por ela e pelo presidente da França, Emannuel Macron.

"Numa crise dessa dimensão, cada um deve fazer o que tem de ser feito, e o que tem de ser feito neste caso é algo extraordinário", disse Merkel numa entrevista a seis jornais europeus, entre eles o alemão Süddeutsche Zeitung.

"A Alemanha tinha uma baixa taxa de endividamento e pode se permitir, nesta situação extraordinária, assumir mais dívida", acrescentou. Para a chanceler, fazê-lo é também do interesse da Alemanha, que se beneficia de "um mercado comum forte" e de "uma União Europeia que se aproxima e não se desintegra". "Como sempre, o que é bom para a UE é bom para nós", disse.

Merkel e Macron apresentaram em maio uma proposta para um fundo de recuperação de 500 bilhões de euros, financiados pela emissão de dívida pela Comissão Europeia, em franca ruptura com a posição tradicional de Berlim contra a emissão de dívida conjunta. A Comissão Europeia foi além e ampliou o fundo para 750 bilhões de euros.

Na entrevista, a chanceler federal defendeu que os Estados-membros precisam se unir e ter especial consideração pelos países mais atingidos pela pandemia. "Para a Itália e a Espanha, por exemplo, a pandemia de coronavírus significa um enorme fardo em termos econômicos, médicos e, naturalmente, porque muitas vidas se perderam, emocionais", disse.

"Nestas circunstâncias, o mais acertado é a Alemanha não pensar apenas em si própria, mas estar preparada para um ato extraordinário de solidariedade", acrescentou.

Merkel insistiu que, embora o fundo "não possa resolver todos os problemas da Europa", sem ele todos os problemas ficariam piores. "A saúde econômica da Europa pode influenciar muitos aspectos. Um desemprego muito elevado num país pode tornar-se politicamente explosivo e, dessa forma, aumentar a ameaça à democracia. Para que a Europa sobreviva, a sua economia tem de sobreviver", afirmou.

AS/lusa/dpa

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