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Merkel e Macron focam reformas da UE e diálogo com Trump

13 de julho de 2017

Após encontro em Paris, chanceler federal alemã e presidente francês reforçam cooperação, particularmente na área de defesa. Líderes dos dois países destacam importância de relação com Washington, apesar de divergências.

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Merkel e Macron em entrevista coletiva após reunião em Paris
Merkel e Macron em entrevista coletiva após reuniãoFoto: Reuters/S. Mahe

Após se reunir com o presidente francês, Emmanuel Macron, nesta quinta-feira (13/07), a chanceler federal alemã, Angela Merkel, pleiteou uma cooperação mais estreita entre França e Alemanha. Ela afirmou estar aberta à criação de um ministro das Finanças e de um orçamento para a zona do euro, como propõe o Macron, que também pediu que Berlim injete mais dinheiro na Europa.

"Acredito que mostramos pouco depois que o novo governo foi instaurado [na França] que estamos prontos para ativar as relações franco-alemãs com um novo ímpeto", disse Merkel, após encontro entre os gabinetes dos dois países e conversas com Macron em Paris.

França e Alemanha anunciaram uma série de medidas conjuntas nas áreas de defesa, empreendedorismo e educação. Quando Merkel e Macron se encontraram em maio, um dia após a posse do novo presidente francês, eles já haviam se comprometeram a criar um caminho para a cooperação em médio prazo e para reviver a União Europeia (UE).

Nesta quinta-feira, Merkel se mostrou aberta à proposta de Macron para a UE. "Não tenho nada contra um orçamento da zona do euro e podemos falar sobre a criação de um ministro das Finanças europeu", disse Merkel, depois da conversa com Macron nesta quinta-feira. "Concordamos que a zona do euro deve ser estabilizada e desenvolvida. É o nosso maior interesse que todos os países da zona do euro sejam fortes."

As medidas propostas – criação do ministro e o orçamento – exigiriam mudanças nos tratados da União Europeia. Merkel, no entanto, reiterou que grandes reformas teriam de esperar até as eleições legislativas alemãs de setembro, nas quais a sua União Democrata Cristã (CDU) é favorita. "Precisamos de um mandato do Parlamento, que buscaremos após as eleições", justificou.

Macron admitiu que a economia francesa precisa de reformas urgentes, mas acrescentou que cabe à Alemanha corrigir as "disfunções" na zona do euro e dar-lhe "o destino que merece".

"A Alemanha [...] tem uma economia forte, mas tem deficiências demográficas, desequilíbrios econômicos e comerciais com seus vizinhos e responsabilidades compartilhadas para dar à zona do euro o futuro que merece", disse Macron, antes do encontro. "A Alemanha deve se preocupar com a revitalização do investimento público e privado na Europa.

Cooperação em defesa

Os dois países concordaram em desenvolver uma "nova geração" de caças europeus que substituirão as frotas atuais. Macron classificou a medida de "revolução" em suas relações de defesa.

"O objetivo deste projeto de jato de combate europeu é realizar pesquisas e desenvolvimentos conjuntos, para usá-lo em conjunto e coordenar as exportações", explicou o presidente francês.

Os dois países também reiteraram a importância de apoiar o fundo de defesa europeu, classificando-o de "um importante pilar da integração do setor de defesa europeu". Criado pela UE no mês passado, o fundo conta com um orçamento anual de 5,5 bilhões de euros e estabelece a base para a cooperação militar permanente.

Diálogo com Trump

Por fim, Merkel e Macron defenderam a necessidade de manter um diálogo estreito com o presidente dos EUA, Donald Trump, apesar das claras divergências registradas em âmbitos como a luta contra a mudança climática.

"Os Estados Unidos são um parceiro estratégico da França e da Europa em múltiplos terrenos", e por isso "é preciso ter trocas habituais com eles", disse Macron. As palavras do presidente francês antecederam em poucas horas um encontro com o homólogo americano, também em Paris. Na sexta-feira, ambos participarão do tradicional desfile da Festa Nacional francesa.

"Convidei o presidente Trump e me surpreende que isso gere tantos debates", disse.

Macron deixou claro que se trata de "um sinal importante", que reflete que esses países são atores de uma história que é maior que eles, e sublinhou a importância de estreitar os vínculos bilaterais.

"Minha filosofia é que, ainda que tenhamos desacordos, e sobretudo quando os temos, devemos continuar discutindo", afirmou Macron, que lembrou que já mostrou de forma pública e em privado com Trump suas diferenças nas questões ambientais.

Merkel, por sua vez, destacou que o diálogo "segue sendo importante" e insistiu que é necessária uma forte cooperação com os Estados Unidos, especialmente em relação à segurança, perante a constatação de que "a Europa não pode ganhar sozinha a guerra contra o terrorismo".

PV/afp/efe/dpa/rtr