1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Prostesto antinuclear

18 de setembro de 2010

Segundo os organizadores, cerca de 100 mil pessoas participaram da manifestação contra a prolongação da vida útil de 17 usinas nucleares alemãs. Nova lei do governo de coalizão deve entrar em vigor em 2011.

https://p.dw.com/p/PFio
'Energia nuclear: agora basta!' foi lema do protestoFoto: AP

Dezenas de milhares de pessoas protestaram em Berlim neste sábado (18/09) contra os planos do governo da coalizão conservadora-liberal de prolongar o funcionamento de usinas nucleares alemãs por um prazo adicional que varia de 7 a 14 anos, conforme a usina.

Segundo informações dos organizadores, cerca de 100 mil pessoas participaram da passeata que partiu da Estação Ferroviária Central de Berlim em direção ao centro da cidade. De forma simbólica, os manifestantes cercaram o quarteirão dos prédios do governo em Berlim.

Uma corrente humana circundou o prédio do Reichstag, onde funciona a câmara baixa do Parlamento alemão (Bundestag), e a Chancelaria Federal, local de trabalho da chefe alemã de governo, Angela Merkel.

Proteste Atomkraft Laufzeitverlängerung September 2010
Protestos diante da Chancelaria FederalFoto: AP

O protesto sob o lema "Energia nuclear: agora basta!" foi organizado por uma ampla aliança de associações ambientais, sindicatos, partidos e iniciativas populares. Também os social-democratas, verdes e esquerdistas alemães apoiaram a manifestação.

Além de manifestantes de toda a Alemanha, agricultores da região de Wendland vieram com mais de 300 tratores participar da passeata em Berlim. Nessa região do estado alemão da Baixa Saxônia está localizado o depósito de resíduos nucleares de Gorleben.

Nova lei energética

Segundo os planos do governo em Berlim, a nova lei que regulamenta a energia nuclear na Alemanha entrará em vigor a partir de 1° de janeiro de 2011. Dessa forma, a vida útil de 17 usinas nucleares poderá ser prolongada, pouco antes do desligamento previsto.

As sete usinas nucleares mais antigas do país ficarão em funcionamento por oito anos a mais do que o previsto inicialmente. Já as dez usinas que entraram em funcionamento depois de 1980 ficarão em funcionamento 14 anos a mais.

Esses prazos ainda podem ser prorrogados, pois a permissão de funcionamento das usinas nucleares não está condicionada a um determinado tempo de vida, mas à quantidade de energia que ainda podem produzir.

Palavras da oposição

Durante a passeata, o líder da bancada parlamentar dos verdes alemães, Jürgen Trittin, disse que "o prolongamento da vida útil das usinas nucleares negociada pelo governo é um pacto sujo" em prol das operadoras RWE, Eon, EnBW e Vattenfall.

Proteste Atomkraft Laufzeitverlängerung September 2010
Manifestantes ocuparam simbolicamente quarteirão de prédios do governoFoto: AP

Renate Künast, que chefia a bancada verde juntamente com Trittin, afirmou ao jornal FAZ que Angela Merkel "deverá se arrepender do dia em que se ajoelhou diante das companhias energéticas".

À margem da passeata, Sigmar Gabriel, presidente do Partido Social Democrata (SPD), criticou o governo alemão por fomentar um dos maiores conflitos sociais da República Federal da Alemanha. "Eu temo que não haverá somente discussões pacíficas", afirmou Gabriel.

Planos do governo

Segundo o jornal Süddeutsche Zeitung, as bancadas da coalizão em Berlim planejam atenuar o conceito energético do governo em alguns pontos centrais. Assim, a demanda dos sistemas de aquecimento dos prédios deverá ser reduzida, até 2050, em 60% em vez dos planejados 80% – e apenas se isso for rentável economicamente, publicou o diário.

Por sua vez, o governador do estado da Baixa Saxônia e correligionário de Merkel na União Democrata Cristã (CDU), David McAllister, alertou contra uma escolha precipitada de Gorleben como depósito permanente de resíduos nucleares. Nada está decidido e a avaliação da reserva de sal ainda "pode levar alguns anos", salientou McAllister. "Só então a procura por um local definitivo poderá continuar", acresceu o governador.

CA/dpa/afp/epd
Revisão: Roselaine Wandscheer