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Militares anunciam golpe em Burkina Faso

17 de setembro de 2015

General Diendere, ex-partidário do presidente deposto em 2014, é nomeado novo líder do país. Sexto golpe de Estado desde a independência burquinense gera protestos na capital, que deixam mortos e feridos.

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Manifestantes protestam contra o golpe na capital do país, Uagadugu
Foto: Reuters/J. Penney

Militares em Burkina Faso anunciaram nesta quinta-feira (17/09) que tomaram o controle do país, na África Ocidental, a poucas semanas das eleições nacionais, marcadas para o dia 11 de outubro. Trata-se do sexto golpe de Estado desde que o país se tornou independente da França, em 1960.

Ao menos três pessoas morreram e outras 60 ficaram feridas em protestos contra o golpe militar na capital do país, Uagadugu. Segundo testemunhas, soldados abriram fogo para dispersar a multidão, que respondeu atirando pedras. As fronteiras do país foram fechadas e um toque de recolher foi instaurado.

O general Gilbert Diendere, ex-partidário do presidente deposto no ano passado, Blaise Compaore, foi nomeado como o novo chefe de Estado. Na noite de quarta-feira, o presidente interino e o primeiro-ministro haviam sido presos na sede do governo em Uagadugu.

Um comunicado lido em rede de rádio e televisão por um tenente-coronel do Exército burquinense confirmou que o governo de transição, que assumiu após a queda de Compaore, estava dissolvido, e anunciou o início de um processo "coerente, justo e igualitário", que deverá incluir a realização de eleições.

O militar criticou o código eleitoral adotado pelo governo interino, que impedia os membros do partido do ex-presidente Compaore de tomar parte nas eleições de outubro, e anunciou que o general Diendere seria o novo chefe de Estado. Compaore havia sido deposto no fim de 2014, após 27 anos no poder.

Dendiere descartou o retorno de Compaore, afirmando que não manteve nenhum contato com o ex-presidente desde a sua deposição. O general reiterou que deseja estabilizar o país e realizar eleições. "Faremos todo o possível para evitar que o país entre em uma situação caótica" declarou.

RC/ap/rtr