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Ministra venezuelana demitida após números negativos

12 de maio de 2017

Boletim indica aumento de 30% da mortalidade infantil no país, além de 65% mais casos de óbito materno. Exoneração foi feita por meio de decreto presidencial. Sucessor será o oitavo a ocupar o cargo no atual governo.

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Mãe e filho na sala de espera de hospital em Caracas
Mãe e filho na sala de espera de hospital em Caracas Foto: picture-alliance/AA/C. Becerra

A ministra da Saúde da Venezuela, Antonieta Caporale, foi demitida nesta quinta-feira (11/05), logo após emitir um despacho com números sobre o aumento da mortalidade infantil no país. A exoneração foi anunciada por meio de um decreto presidencial publicado na Gaceta Oficial.

A decisão ocorre um dia após o Ministério da Saúde venezuelano, sob a liderança de Caporale, divulgar seu primeiro boletim epidemiológico em mais de dois anos.

Leia mais: "Venezuela é como um paciente com câncer"

Segundo a pasta, em 2016 foi registrado um aumento de 30,12% da mortalidade infantil em relação a 2015. O aumento das mortes foi associado à falta de equipamentos básicos em hospitais, como incubadoras, e à escassez de alimentos, que prejudica a alimentação de mulheres grávidas e, dessa maneira, também o desenvolvimento do feto.

Em 2016, mais de 11,4 mil bebês com menos de um ano de idade morreram no país. Em 2015, foram registradas pouco mais de 8,8 mil mortes nessa faixa etária, segundo os dados divulgados na terça-feira. Entre as principais causas da mortalidade infantil estão sepse neonatal, pneumonia, nascimento prematuro e dificuldades respiratórias.

O ministério também revelou um crescimento de 65,78% da mortalidade materna – ou seja, morte durante a gravidez ou até 42 dias após o fim da gestação –, com 756 casos registrados no país no ano passado. Entre as mais afetadas, segundo o documento, estão mães entre 20 e 29 anos.

O relatório do ministério mostrou ainda aumento de 76,4% nos casos de malária, com 240,6 mil ocorrências em 2016. Os casos de zika passaram dos 71 registrados em 2015 para mais de 59 mil.  

Caporale ficou à frente do Ministério da Saúde por pouco mais de quatro meses. Como seu sucessor, foi apontado o farmacêutico Luis Salerfi López, que atuava como secretário de Saúde do governo do estado de Aragua. López se torna assim o oitavo nome a ocupar o cargo durante os quatro anos do governo do presidente Nicolás Maduro.

Na Venezuela os números oficiais são um segredo. A taxa de inflação, por exemplo, não é divulgada pelo banco central desde 2015.

IP/dpa/efe