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Ministro alemão das Finanças recebe prêmio por seu engajamento pela Europa

17 de maio de 2012

Wolfgang Schäuble recebe Prêmio Carlos Magno em Aachen por seu engamento a favor da união da Europa. Natural de região fronteiriça à França, ele dá especial importância à cooperação entre Berlim e Paris.

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Schäuble com a medalha do prêmio
Schäuble com a medalha do prêmioFoto: picture-alliance/dpa

Como ministro das Finanças desde outubro de 2009, o cristão-democrata Wolfgang Schäuble, de 69 anos, é a figura mais importante na equipe de governo da chanceler federal alemã, Angela Merkel. Nesta quinta-feira (17/05), o político teve também seu trabalho em nível europeu reconhecido ao receber o prêmio Carlos Magno, em Aachen, no oeste da Alemanha.

Schäuble é natural de Freiburg, no sul do país, onde se formou em Direito. Respeitado na Europa e internacionalmente, ele é considerado uma eminência parda tanto em Berlim como em Bruxelas.

Na gestão da crise da dívida, desempenhou um papel central – nas discussões sobre os fundos de resgate do euro, por exemplo. Ao lado de Merkel, Schäuble negociou o pacto fiscal prevendo mais disciplina orçamentária.

Para coroar este engajamento, o ministro alemão das Finanças é forte cotado para suceder a Jean-Claude Junker na chefia do Eurogrupo. A decisão está prevista para o final de junho.

Biografia recheada

A "velha raposa", como Schäuble às vezes é chamado, tem mais de 40 anos de experiência política. Sua biografia tem um pouco de tudo: um atentado que o deixou paraplégico, intrigas, escândalos e malas suspeitas cheias de dinheiro.

Sua carreira política começou em 1961. No mesmo ano em que era iniciada a construção do Muro do Berlim, Schäuble concluiu o ensino médio e ingressou no setor jovem da União Democrata-Cristã (CDU, na sigla em alemão). Em 1972, foi eleito pela primeira vez a deputado federal.

Kohl e Schäuble: ascensão política
Kohl e Schäuble: ascensão políticaFoto: dpa

Em 1981, começou seu longo e intenso trabalho com Helmut Kohl. Três anos depois, o então chanceler federal o nomearia ministro-chefe da Casa Civil. Após a queda do Muro em 1989, Schäuble passa a ser o chefe das negociações para reunificar as duas Alemanhas, o que seria concretizado oficialmente em 3 de outubro de 1990.

Poucos dias depois, em 12 de outubro, enquanto fazia campanha eleitoral, foi ferido a tiros por um doente mental. Gravemente ferido, mas com uma disciplina de ferro, retomou seis semanas depois suas tarefas no Ministério do Interior. Desde então, está preso a uma cadeira de rodas.

A derrota de Kohl na tentativa de reeleger chefe de governo em 1998 também significou uma quebra na carreira de Schäuble.

Após ter prestado informações falsas no Bundestag (câmara baixa do parlamento alemão), em janeiro de 2000 ele teve de admitir o recebimento, em 1994, de 100 mil marcos de propina do lobista de armas Karlheinz Schreiber. Mais tarde, Schäuble pediu desculpas em público por não ter dito a verdade e renunciou à liderança da bancada de seu partido. O escândalo das doações ao partido acabou também com a forte amizade entre Schäuble e Kohl.

A chanceler federal Merkel o chamou de volta ao poder em 2005, quando lhe ofereceu a pasta do Interior. Desde outubro de 2009, ele ocupa o Ministério das Finanças.

Europeu convicto

O prêmio Carlos Magno é uma recompensa aos esforços e Schäuble pela integração da Europa. Natural de uma região fronteiriça à França, ele também fala francês e dá especial importância à cooperação entre Berlim e Paris.

Merkel e Schäuble: consolidação da carreira
Merkel e Schäuble: consolidação da carreiraFoto: AP

Quanto à crise da dívida enfrentada na Europa, ele não se cansa de repetir que o euro "é uma moeda estável e, se não forem cometidos erros graves, ela também continuará forte no futuro".

Segundo ele, as principais causas das turbulências na zona do euro foram "deficiências na regulação dos mercados financeiros" e "a demasia em dívidas públicas". Sua filosofia é que até agora a Europa saiu fortalecida de todas as crises, por isso, desta vez não será diferente. O otimismo é tão grande, que o político chega a prognosticar que "em dez anos, teremos uma estrutura que corresponderá muito mais ao que se considera uma união política".

Autora: Iveta Ondruskova (rw)
Revisão: Luisa Frey