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Doping

27 de maio de 2007

Após a confirmação de que o doping é uma prática comum no ciclismo alemão, teme-se que o escândalo se espalhe para outros esportes. Políticos, esportistas e especialistas de doping se pronunciam sobre a questão.

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Ciclistas alemães Jan Ullrich, Christian Henn e Jens Heppner na Tour de France de 1998Foto: AP
Deutschland Verfassungsschutzbericht Wolfgang Schäuble
Wolfgang SchäubleFoto: AP

O ministro alemão do Interior, Wolfgang Schäuble, teme que o escândalo de doping no ciclismo se estenda para outros esportes. "Fico imensamente furioso e triste de saber que tantas pessoas da cena do ciclismo sabiam do doping e mentiram", declarou o ministro à imprensa alemã.

Schäuble exige que a planejada lei antidoping seja acelerada. Para ele, que denominou a dopagem uma "epidemia", quanto mais rápido a lei entrar em vigor, melhor. O ministro rejeitou terminantemente a sugestão de dar anistia a quem confessar ter recorrido a substâncias proibidas para melhorar seu desempenho esportivo: "Não é possível que se minta durante anos e a primeira coisa que ocorra aos políticos seja dar anistia", declarou Schäuble ao jornal sensacionalista Bild am Sonntag.

Até no futebol poderia haver doping

Especialistas de doping também acreditam que esta prática seja comum em outros esportes, sobretudo halterofilismo, esqui nórdico e atletismo. Nesses casos, trata-se eventualmente do abuso de anabolizantes e hormônios de crescimento. Mas também é possível que haja casos de dopagem no boxe, no tênis, na natação e no futebol, opinam peritos.

O técnico da seleção alemã de futebol, Joachim Löw, considera impensável que isso seja praticado na Alemanha: "Temos controles rigorosos. Há anos se fazem testes de doping". Por outro lado, Löw admite a possibilidade de manipulação: "Daria para acelerar a formação de músculos. Possivelmente até influenciar positivamente a regeneração".

Desprestígio de esportistas e patrocinadores

A líder da bancada verde no Parlamento alemão, Renate Künast, exige que a Telekom pare de patrocinar o ciclismo. Por um lado, a diretoria da empresa pretenderia reduzir os salários de 50 mil funcionários e prolongar a jornada de trabalho. "Ao mesmo tempo, não hesita em injetar milhões de euros em um ciclismo profissional que há muito tempo não está livre de doping", declarou a parlamentar à imprensa alemã.

Jan Ullrich is raus - BdT
Jan UllrichFoto: AP

O escândalo de doping no ciclismo alemão se ampliou com a declaração do treinador belga Jef D'Hont sobre o ex-ciclista Jan Ullrich. D'Hont declarou ao Bild am Sonntag ter injetado uma vez, na França, o hormônio sintético EPO no vencedor da Tour-de-France de 1997. Ele ressalvou não saber se Ullrich jamais desejara recorrer ao doping: "Mas ele o fez daquela vez, porque todos faziam".

(sm)