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Ministro da Defesa deixa o cargo sem explicar motivos

29 de março de 2021

Fernando Azevedo e Silva é o segundo ministro do governo Bolsonaro a sair do cargo no mesmo dia. Mais cedo, Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, havia anunciado a saída.

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General Fernando Azevedo e Silva, de uniforme militar, segura um microfone.
Antes de ocupar o cargo de ministro, Azevedo e Silva atuou no Alto Comando do ExércitoFoto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, deixou o cargo nesta segunda-feira (29/03), sem explicar os motivos. É o segundo ministro do governo Bolsonaro a deixar o cargo no mesmo dia. Mais cedo, Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, havia anunciado a subordinados a decisão de deixar o cargo.

"Agradeço ao presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao país, como Ministro de Estado da Defesa. Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado", afirmou Azevedo e Silva em nota, sem divulgar o motivo da saída.

"O meu reconhecimento e gratidão aos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e suas respectivas forças, que nunca mediram esforços para atender às necessidades e emergências da população brasileira. Saio na certeza da missão cumprida", acrescentou. A exoneração ainda não foi publicada no Diário Oficial da União.

Embora a nota divulgada por Azevedo e Silva não deixe claro se a saída foi por iniciativa própria ou por decisão do governo, especula-se que ela teria sido determinada pelo presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a saída faria parte de uma reforma ministerial.

O ministro-chefe da Advocacia Geral da União (AGU), José Levi, também entregou o cargo esta tarde, sendo o terceiro integrante da Esplanada a deixar o governo nesta segunda-feira. Para seu lugar, está cotado o ministro da Justiça, André Mendonça.

Azevedo e Silva era considerado um ministro discreto, que buscava se manter distante de polêmicas e era cuidadoso com as palavras. As Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) são vinculadas à pasta.

Durante o período em que Azevedo e Silva esteve à frente da pasta, Bolsonaro priorizou os gastos na área. Além disso, o governo aprovou uma reformulação da carreira dos militares e negociou com o Congresso regras diferenciadas para a categoria na reforma da Previdência.

Até a saída de Azevedo e Silva, dos 22 ministros da gestão Bolsonaro, oito tinham formação militar.

Ex-chefe do Estado-Maior do Exército e comandante da Brigada Paraquedista, onde serviu ao lado de Jair Bolsonaro, antes de ir para a reserva, Azevedo estava à frente do Ministério da Defesa desde o início do governo Bolsonaro, em janeiro de 2019. Ele foi indicado para o cargo em novembro de 2018, depois que o presidente optou por nomear o também general Augusto Heleno – que estava cotado para assumir o ministério - para o comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Antes de ocupar o cargo de ministro, Azevedo e Silva atuou no Alto Comando do Exército e também assessorou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Ele foi indicado para o cargo pelo general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército.

O general também foi presidente da Autoridade Pública Olímpica e comandante militar do Leste, no Rio de Janeiro, e chefe de operações da Missão de Paz da ONU no Haiti, entre outras funções.

le (ots)