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125 anos de Molho Maggi

6 de agosto de 2011

O famoso tempero da garrafinha marrom marcou presença nas mesas alemãs durante décadas, sendo utilizado em tudo o que deveria ganhar mais sabor. Hoje, apesar de dividir opiniões, o Maggi mantém-se popular no país.

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Maggi Würze: o famoso tempero da garrafinha marromFoto: Maggi GmbH

O Maggi Würze, o famoso molho da marca Maggi, é um ícone da culinária alemã. Desenvolvido em 1886, o tempero da garrafinha marrom era uma espécie de antídoto para uma vida insossa, realçando o sabor onde faltasse gosto. Passados 125 anos, o sucesso do Maggi persiste na Alemanha. A cada ano, 19 mil unidades do produto são vendidas no país.

Décadas atrás, o molho Maggi era utilizado não apenas em sopas, mas também para dar mais sabor a um simples macarrão ou no ovo cozido, por exemplo. Hoje, apesar de ainda bastante popular, a garrafa de rótulo vermelho e amarelo figura raramente ao lado do sal e da pimenta sobre as mesas das cozinhas e restaurantes alemães.

Motivação social

O molho Maggi foi inventado pelo empresário suíço Julius Maggi. Ao observar o nível social em que se vive na Suíça hoje, é difícil imaginar que, no século 19, trabalhadores do país passavam fome e sofriam de deficiências nutricionais. E isso foi justamente o que motivou a sociedade sem fins lucrativos Julius Maggi a começar a desenvolver, em 1883, um extrato alimentício que fosse preparado sem muito esforço.

Inicialmente, o empresário realizou experimentos com leguminosas. A partir daí, produziu farinhas ricas em nutrientes, que serviram de base para as sopas instantâneas da Maggi, comercializadas a partir de 1886. Nesse mesmo ano, foi inventado o Maggi Würze, molho que surgiu como concorrente do "Fleischextrakt" ("extrato de carne") de Justus Liebig, e tornaria a marca Maggi conhecida mundo afora.

Flash Galerie 125 Jahre Maggi
125 anos de molho Maggi: evolução da embalagem, sempre com o rótulo vermelho e amareloFoto: picture alliance / dpa

Intenso sim, refinado não

Hoje o molho Maggi divide opiniões. Mesmo sendo um produto de massas, o tempero nunca recebeu louros gastronômicos. Os gourmets abominam o líquido marrom, salgado e rico em realçadores de sabor.

Embora intensifique o aroma dos pratos de alguma maneira, isso não significa que o molho lhes confira mais gosto. O Maggi Würze encobre todos os outros sabores de uma receita. Por isso, combina com os tempos modernos, em que a necessidade de sabores intensos é saciada por uma abundância de batatas fritas, pizzas e salgadinhos.

Praticidade em primeiro lugar

O desenvolvimento dos hábitos alimentares atuais ajuda a explicar o sucesso do molho Maggi. Nos anos 1950, começou a ser importante facilitar o trabalho da dona de casa na cozinha. As preparações precisavam ser simples e rápidas. Desde então, refeições prontas e alimentos congelados ganharam cada vez mais importância e, por muito tempo, o gosto teve apenas um papel secundário.

Mas o cenário mudou nos últimos anos. Agora, os alemães dão cada vez mais valor a sabores originais e naturais. Não apenas a demanda por produtos orgânicos certificados aumentou, mas surgiu também uma nova geração de apreciadores da culinária. E o Maggi não se encaixa nessa alimentação, na qual se valoriza a diferenciação de aromas e sabores – tanto por nivelar os outros ingredientes, quanto por ser um produto artificial da indústria alimentícia.

Maggi: Ein Würfel, der es in sich hat
A marca Maggi abrange 300 produtos, de sopas a pratos prontosFoto: Germanisches Nationalmuseum Nürnberg

O Maggi Würze é hoje fabricado pelo grupo Nestlé e, naturalmente, foi adaptado ao gosto moderno. A Maggi abrange hoje 300 produtos diferentes, entre eles sopas, molhos e pratos semiprontos. A marca manterá, portanto, seu posto no mercado alimentício alemão, mesmo que seu filho prodígio – o molho Maggi – desapareça aos poucos das cozinhas.

Arte Maggi

Artistas também tomaram o ícone da cozinha alemã como inspiração. Thomas Bayrle viu no molho Maggi um "arquétipo da era industrial moderna". Já Joseph Beuys utilizou em uma instalação a inconfundível garrafa marrom para a capa de uma edição de bolso da famosa obra Crítica da Razão Pura, do filósofo alemão Immanuel Kant.

Autor: Günther Birkenstock (lf)
Revisão: Roselaine Wandscheer