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Montanhismo: caminhar nos passos do último rei da Baviera

Geraldo Hoffmann22 de outubro de 2005

Munique, a capital da Baviera, é ponto de partida para excursões curtas aos Alpes. Caminhada nos passos do rei Ludwig 2º, entre Herzogstand e Heimgarten, oferece vista panorâmica sobre lagos e montanhas.

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A caminho de uma vista deslumbrante sobre os AlpesFoto: Simone Hoffmann/DW

Em dias de céu claro, as montanhas Benediktwand, Jochberg e Heimgarten formam o primeiro cartão-postal dos Alpes que se pode ver de Munique. Antes da era dos teleféricos, elas ainda desafiavam os montanhistas – e até alpinistas – iniciantes. Hoje podem ser "escaladas" por toda a família e atraem cada vez mais turistas ansiosos por respirar o ar alpino.

Mesmo para quem está apenas de passagem pela capital da Baviera, vale a pena viajar os cerca de 80 quilômetros até os lagos Kochel ou Walchensee, para caminhar algumas horas nos passos do rei Ludwig 2º, entre Herzogstand e Heimgarten.

800 m de altitude em menos de dez minutos

Herzogstandbahn am Walchensee
De teleférico: 800 metros de altitude em menos de dez minutos.Foto: Geraldo Hoffmann/DW

Várias trilhas levam ao Herzogstand, há gerações o destino predileto dos moradores de Munique e arredores, principalmente nos finais de semana, no verão e outono europeus. Do povoado de Walchensee, situado 800 metros acima do nível do mar, parte um teleférico, com o qual se pode superar os primeiros 800 metros de altitude em menos de dez minutos.

Uma outra opção – mais demorada – é iniciar a caminhada em Kesselberg (850 m) e seguir os rastros de uma antiga trilha onde o rei Ludwig 2º (1845–1886) costumava cavalgar. Em ambos os casos, chega-se, primeiro, à Herzogstandhaus, a 1575 metros de altitude. Construída em 1865 pelo último rei da Baviera, a pensão-restaurante (também chamada de Königshaus), oferece comida típica e pernoites nas montanhas.

Recomenda-se iniciar a excursão cedo, mesmo que a planície em direção a Munique ou os vales alpinos ainda estejam cobertos de cerração, o que costuma ocorrer nas manhãs de outono. No mais, basta usar um calçado com boa aderência ao solo, levar um casaco (à tarde pode esfriar), lanche e água.

Vista panorâmica dos Alpes

Panoramablick vom Herzogstand
Vista panorâmica do Herzogstand sobre o lago WalchenseeFoto: Geraldo Hoffmann/DW

À medida em que se vai subindo, os picos mais próximos começam a despontar do nevoeiro e a vista panorâmica sobre os Alpes que se abre no Herzogstand, a 1731 metros de altitude, é deslumbrante. E isso em menos de uma hora de caminhada (para quem subiu de teleférico) ou 2,5 horas, para quem partiu de Kesselberg.

Para baixo, todo santo ajuda. Ou se vai novamente de teleférico ou se desce caminhando por uma trilha em ziguezague até o estacionamento. Quem já tem alguma experiência em montanhismo e não sofre de vertigem pode ainda emendar um trecho de duas horas, que vai do Herzogstand, sobre uma cumeeira de montanha, até o Heimgarten (1790 m).

Lá é possível repor as energias na cabana Heimgartenhütte, com ambiente simples, mas boa cozinha alpina bávara, onde não falta o apreciado Kaiserschmarrn (prato doce) ou uma sopa de ervilhas com salsichas – e, é claro, a cerveja. Com direito a vista panorâmica sobre os lagos Walchensee e Kochelsee e montanhas de até três mil metros, com picos cobertos de neve eterna.

Herzogstandhaus am Herzogstand
Tanto a Herzogstandhaus (foto) quanto a cabana Heimgartenhütte oferecem pratos típicos da BavieraFoto: Geraldo Hoffmann/DW

A descida a pé de Heimgarten para Walchensee dura 2,5 horas, passa por bosques de pinheiros e carvalhos (coloridos no outono), mas não é recomendável para quem tem problemas nos joelhos. Diante da diferença de altitude de 980 metros que se transpõe, haja pernas para frear. E, para quem fez o giro completo, da casa do rei, passando pelo Heimgarten até o Walchensee, pode esfriar os pés nas áreas geladas do lago, antes de embarcar de volta para Munique.

No caminho de retorno à capital bávara, ainda se pode visitar a histórica hidrelétrica de Walchensee, construída entre 1918 e 1925, por Oskar von Miller, e que serviu de modelo para o aproveitamento da água em outras regiões dos Alpes. E, se sobrar tempo, vale a pena também fazer um passeio ou simplesmente relaxar ao pôr do sol à beira do lago, antes de mergulhar novamente no agito da cidade grande.